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Cédulas de real usadas poderão ser aplicadas em projeto de recuperação de solo

BC já conta com convênios para usar dinheiro velho na produção de adubo orgânico

Atualmente, o dinheiro recolhido vai para aterros sanitários (Beatriz Albuquerque /Cláudia)

Atualmente, o dinheiro recolhido vai para aterros sanitários (Beatriz Albuquerque /Cláudia)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2012 às 09h56.

Brasília – O Banco Central (BC) estuda a viabilidade de projeto para uso de cédulas de real danificadas em produtos de recuperação de solo degradado. Segundo o chefe do Departamento do Meio Circulante, João Sidney, o BC está verificando a possibilidade de fazer um convênio com uma instituição e espera apresentar novidades em até dois anos.

Sidney não quis adiantar detalhes sobre esse projeto, mas lembrou que atualmente o BC já conta com um convênio com a Universidade Federal Rural do Amazonas (Ufra) e o governo do estado do Pará para usar cédulas de real velhas na produção de adubo orgânico. Segundo o professor da Ufra e coordenador do projeto, Carlos Augusto Costa, a expectativa é que ainda este ano o adubo orgânico com cédulas de real seja certificado. Atualmente, o produto está em fase de testes de eficiência e análise química. Depois de certificado, a ideia é distribuir o adubo para pequenos produtores do cinturão verde de Belém.

Costa explicou ainda que o convênio com o BC, de R$ 100 mil, prevê também a qualificação de pessoal e bolsas de mestrado. “Temos a preocupação de qualificar pessoal para que possam orientar pequenos produtores. A ideia é que os pequenos agricultores produzam o adubo orgânico”, disse.

Segundo Almeida, o adubo representa atualmente de 40% a 60% dos custos dos pequenos agricultores. “Isso vai diminuir para mais ou menos 10%, com o adubo orgânico”, prevê. Para ele, além da questão ambiental, com o aproveitamento das cédulas, o projeto tem também “apelo social”, ao atender os pequenos produtores.

O chefe do Departamento do Meio Circulante do BC lembrou que atualmente o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo, por dia. Para ele, a contribuição do dinheiro tirado de circulação é pequena – 2 mil toneladas por ano. “É uma quantidade bastante pequena. Mas nossa obrigação é buscar uma solução para isso”, acrescentou.

Atualmente, o dinheiro recolhido vai para aterros sanitários. O gasto anual do BC para repor notas danificadas é de cerca de R$ 370 milhões. Isso representa 80% do custo para a emissão de notas. As notas são retiradas de circulação quando não podem mais ser utilizadas devido ao desgaste natural ou ao mau uso – cédulas rasgadas ou queimadas, por exemplo.

O adubo orgânico aproveita essas cédulas que não servem mais para o uso. O adubo é formado por 10% de cédulas, 50% palhada e 40% restos de hortifruti. Segundo Almeida, o projeto recebe atualmente, somente do escritório regional do BC em Belém, 13 toneladas por mês de cédulas descartadas. De São Paulo, saem 25 toneladas.

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