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Carros da Tesla produzidos na China terão sobretaxa de 9% da UE

Europa também está preocupada com o crescimento das exportações dos veículos elétricos chineses

Empresa norte-americana pediu tratamento individual como parte do inquérito de Bruxelas (Photo by Mario Tama/Getty Images)

Empresa norte-americana pediu tratamento individual como parte do inquérito de Bruxelas (Photo by Mario Tama/Getty Images)

Publicado em 20 de agosto de 2024 às 10h53.

A Tesla enfrentará uma sobretaxa de 9% nos carros que produz na China e que são exportados para a União Europeia, segundo informou a Comissão Europeia ao emitir uma atualização sobre sua investigação sobre os subsídios de Pequim para veículos elétricos.

De acordo com o Guardian, a tarifa sobre a empresa — muito menor do que a média de 21,3% sobre companhias que cooperaram com a investigação da UE e 36,3% sobre aquelas que não cooperaram — veio depois que a empresa sediada na Califórnia solicitou tratamento individual como parte do inquérito de Bruxelas.

As taxas — muito menores do que as tarifas de 100% impostas pelos EUA — vêm além do imposto de 10% existente da UE sobre veículos elétricos da China.

Autoridades da UE visitaram as operações da Tesla em Xangai em junho e disseram na terça-feira que a empresa se beneficiou de subsídios estatais chineses, principalmente baterias abaixo do custo, mas também terras baratas e subsídios para exportadores.

A tarifa de 9% será aplicada até 31 de outubro e está sujeita à aprovação dos estados-membros da UE.

Vale ressaltar que não será somente a Tesla que enfrentará sobretaxa. A BYD, que compete com a companhia de Elon Musk pelo título de maior produtora mundial de veículos elétricos, terá uma tarifa de 17%; a Geely, 19,3% e a SAIC, 36,3%. As três foram revisadas para baixo desde que as medidas provisórias foram publicadas em junho e podem ser alteradas novamente.

As autoridades da UE também anunciaram na terça-feira que nenhuma empresa teria que pagar tarifas provisórias antes da provável entrada em vigor das taxas no final de outubro. As empresas estão sendo poupadas disso porque as autoridades da UE concluíram que as montadoras europeias podem enfrentar problemas como o fechamento de fábricas e perdas de empregos.

Uma autoridade da UE disse que se nada fosse feito, o crescimento das exportações de veículos elétricos chineses subsidiados logo levaria a "danos materiais" para os produtores da UE, acrescentando: "Nossa legislação nos permite agir antes que as pessoas sejam demitidas e as fábricas sejam fechadas", segundo o Guardian.

O thinktank Kiel Institute for the World Economy estimou no início deste ano que a ajuda da China para carros elétricos totalizou cerca de US$ 5,6 bilhões (€ 5,05 bilhões, £ 4,3 bilhões) em 2022, quando os pagamentos diretos aos fabricantes foram eliminados.

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