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Cameron quer propor à Escócia plebiscito sobre independência

O primeiro-ministro britânico avalia que a incerteza que surgiu sobre a possibilidade da independência escocesa está prejudicando a economia do país

O premiê britânico, David Cameron: Inglaterra e Escócia estão unidas através do chamado Tratado de União de 1707 (Eric Feferberg/AFP)

O premiê britânico, David Cameron: Inglaterra e Escócia estão unidas através do chamado Tratado de União de 1707 (Eric Feferberg/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 09h54.

Londres - O premiê do Reino Unido, David Cameron, quer propor ao primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, a convocação de um plebiscito sobre a independência da Escócia, que seria realizada nos próximos 18 meses.

Segundo revela nesta segunda-feira o jornal 'The Guardian', Cameron espera fazer a proposta nesta semana ao político nacionalista escocês. A consulta será vinculativa e só poderá contar com duas possibilidades: permanecer ou sair do Reino Unido.

Desta forma, o primeiro-ministro britânico quer impedir que haja uma terceira pergunta sobre a opção de a Escócia contar com uma autonomia maior.

De acordo com a emissora 'BBC', este assunto será tratado nesta segunda-feira na reunião do governo que será presidida por Cameron.

O Partido Nacional Escocês (SNP) de Salmond quer convocar um plebiscito sobre a independência em 2014 e considera que é o governo autônomo que deve decidir a data e o conteúdo das perguntas que a consulta conterá, indica a 'BBC'.

Segundo o 'The Guardian', Cameron avalia que a incerteza que surgiu sobre a possibilidade da independência escocesa está prejudicando a economia do país, razão pela qual não considera conveniente adiar o plebiscito até 2014.

A imprensa britânica afirma que Salmond prefere 2014 porque nesse ano serão completados 700 anos da chamada Batalha de Bannockburn, uma importante vitória escocesa frente à Inglaterra nas guerras de independência.


Em declarações concedidas nesta segunda-feira à 'BBC', a número dois do governo autônomo escocês, Nicola Sturgeon, disse que os escoceses farão o possível para impedir que Londres fixe o calendário da consulta e pediu aos demais partidos do país que não intervenham.

Nicola recomendou aos conservadores, trabalhistas e liberal-democratas que 'não tentem intervir em decisões que competem ao governo escocês e ao povo escocês'.

Enquanto Salmond se refere sempre à independência, os grupos contrários à separação escocesa do Reino Unido ainda não contam com um político destacável que faça campanha contra a posição do primeiro-ministro.

De acordo com o 'The Guardian', recentes pesquisas de opinião indicaram que apenas uma minoria é a favor da independência escocesa, apesar de haver uma tendência de aumento do apoio.

Espera-se que o governo de coalizão entre 'tories' e liberal-democratas publique em breve um documento no qual argumentará que, por razões legais, o Parlamento escocês não poderá convocar um plebiscito vinculativo sem o acordo do central de Westminster, motivo pelo qual proporá um acordo de compromisso entre Londres e Edimburgo.

Inglaterra e Escócia estão unidas através do chamado Tratado de União de 1707. 

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