Boris Johnson: Reino Unido passou as primeiras semanas da crise do coronavírus na contramão de países da União Europeia (Matt Dunham/Pool/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2020 às 18h13.
Última atualização em 23 de março de 2020 às 20h14.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, determinou, nesta segunda-feira (23), que o país entre em quarentena oficial após registrar 335 mortes pelo coronavírus.
Em pronunciamento, Johnson afirmou que os britânicos só poderão sair de casa para atividades essenciais, como comprar alimentos e remédios.
Todo o comércio não essencial será fechado, qualquer tipo de eventos e cultos ou cerimônias religiosas serão suspensos. O primeiro-ministro proibiu ainda reuniões com mais de duas pessoas e pediu que os britânicos fiquem em casa.
"A partir desta noite, preciso dar ao povo britânico uma instrução muito simples: você precisa ficar em casa", disse Johnson em um discurso televisionado à nação, substituindo sua habitual entrevista coletiva diária.
A medida busca reduzir a transmissão acelerada do coronavírus no país, que já tem quase 6.000 infectados. A polícia fiscalizará o cumprimento da quarentena e poderá multar quem descumprir as regras.
"Se você não seguir as regras, a polícia terá poderes para aplicá-las, inclusive através de multas e dispersão de reuniões", alertou. As novas medidas serão revisadas em três semanas e relaxadas, se possível.
Os conselhos para ficar em casa e evitar reuniões sociais não foram atendidos por milhões no fim de semana passado, quando muitos britânicos aproveitaram o tempo ensolarado para se reunir em parques, ignorando as instruções para ficarem separados.
Sob as novas medidas, o governo interromperá todas as reuniões de mais de duas pessoas em público que não moram juntas e interromperá todos os eventos sociais, incluindo casamentos e batismos, mas não funerais.
Os parques permanecerão abertos para exercícios, mas as reuniões serão dispersadas, disse Johnson.