Biden quer usar ativos congelados da Rússia para reconstruir Ucrânia
Presidente dos EUA negocia mais ajuda a Kiev no encontro do G7, que começa hoje
Redação Exame
Publicado em 13 de junho de 2024 às 06h06.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 07h32.
Duas semanas após o presidente Joe Biden ter voltado atrás e aprovado o uso de armas americanas em território russo, ele e os seus aliados do G7 (os países mais industrializados do mundo) preparam um novo tipo de ajuda à Ucrânia: querem reconstruir o país utilizando os ativos financeiros da Rússia congelados desde o início da guerra, em 2022. O encontro do G7 começa nesta quinta-feira, 13, na Itália. O presidente Lula também vai participar da cúpula.
De acordo com o New York Times, oG7 está prestes a fechar um empréstimo à Ucrânia de cerca de US$ 50 bilhões para a reconstrução da infraestrutura devastada do país - o valor seria pago com os juros obtidos dos ativos bloqueados até aqui. Esse montante, segundo especialistas ouvidos pelo jornal, é apenas um primeiro passo para uma "nova Ucrânia".
O acordo de empréstimo, combinado com uma série de novas sanções destinadas a contrariar o esforço da China para refazer a base industrial de defesa da Rússia, fazem parte dos mais recentes esforços para reforçar a Ucrânia e paralisar a Rússia num momento perigoso do conflito que já dura 27 meses.
Ainda segundo o NYT, esse anúncio de financiamento será apenas um dos tópicos do encontro do G7 - que deve abranger o comportamento atual da Rússia na guerra até como conseguir um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Biden e Zelensky se reunirão na quinta-feira e assinarão um acordo de segurança, disse Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional de Biden.
Os líderes do G7 também terão uma reunião com o papa Francisco , focada em aproveitar o poder da inteligência artificial.
O bloco europeu, que ainda discute formas de continuar financiando a guerra na Ucrânia e, com isso, gera também impasse com os EUA (onde os republicanos no Congresso dificultam a concessão de mais verbas), se prepara para a possibilidade de Donald Trump, que falou abertamente em sair da OTAN, estar de volta ao poder na próxima reunião do G7, em 2025. E vários dos líderes presentes – incluindo o primeiro-ministro Rishi Sunak, do Reino Unido, e o presidente Emmanuel Macron, da França — enfrentam eleições que poderão redefinir a Europa.