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Atrasado na vacinação, Uruguai assina acordo com Sinovac e Pfizer

Com novos acordos, Uruguai reservou vacinas suficientes para 100% da população, mas chegada das vacinas de Pfizer e Sinovac está prevista somente para março

Montevidéu, no Uruguai: país foi exemplo no combate à covid-19, mas teme segunda onda (Getty Images / Correspondente/Getty Images)
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Carolina Riveira

Publicado em 23 de janeiro de 2021 às 20h13.

Última atualização em 23 de janeiro de 2021 às 20h13.

O governo uruguaio deu detalhes neste sábado, 23, sobre sua campanha de vacinação, uma das mais atrasadas da América do Sul até agora. O Uruguai diz que acertou ao todo a compra de 3,75 milhões de doses da vacina contra o covid-19, após anunciar na sexta-feira um acordo para comprar as vacinas de Pfizer/BioNTech e da chinesa Sinovac, que fabrica a Coronavac -- que está sendo usada no Brasil desde o último domingo, 17.

"O acordo com a Pfizer/BioNtech e a Sinovac consiste em duas milhões de doses no primeiro dos laboratórios e 1,75 milhão no segundo", revelou o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, em coletiva de imprensa.

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Lacalle Pou disse que as 1,5 milhão de doses restantes foram reservadas no fundo Covax da Organização Mundial da Saúde.

O Uruguai, um país de 3,5 milhões de habitantes, vai investir segundo o governo cerca de 120 milhões de dólares para garantir as doses. Com as doses que espera receber, o país terá o total de vacinas suficiente para imunizar 100% da população.

Segundo o presidente uruguaio, a chegada das vacinas Pfizer e Sinovac está prevista para março, embora não esteja descartada a possibilidade de que seja no final de fevereiro.

“Em tese, deveríamos estar recebendo no mês de março uma soma de vacinas de até 3% da população”, acrescentou o presidente.

Lacalle Pou ressaltou que, em todo caso, "as negociações continuam com três outros laboratórios e esperamos ter novidades em breve".

O Uruguai é um dos países latino-americanos mais atrasados em termos de início de campanhas de vacinação contra o novo coronavírus. Ao mesmo tempo, o país foi um dos que melhor se saíram no combate à pandemia, com números de casos melhores do que o de vizinhos sul-americanos.

Ainda assim, o Uruguai tem tido altas de casos desde novembro, e uma segunda onda superior à primeira preocupa. O Sistema Nacional de Emergências anunciou na sexta-feira -- em seu relatório mais recente -- a detecção de 1.186 novos casos de covid-19, o segundo maior número em um dia desde o início da pandemia. Também foram registradas 17 mortes, um recorde no país.

Ao todo, o Uruguai tem 36.170 infecções e 364 mortes pelo novo coronavírus.

Até agora, a América do Sul como um todo tem ficado para trás na corrida pelas vacinas, com vacinações tendo começado com alguma escala somente em Chile, Argentina e Brasil.

O Brasil começou a vacinar somente em 17 de janeiro, embora haja expectativa de que a vacinação seja acelerada uma vez que Instituto Butantan e Fiocruz passem a produzir vacinas localmente.

O país com mais vacinados na região até agora é a Argentina, que começou a vacinar ainda em dezembro com a vacina russa Sputnik V e chegou a 288.000 pessoas vacinadas nesta semana, embora ainda menos de 0,7% da população. A título de comparação, os EUA já usaram mais de 21 milhões de doses de vacinas da covid-19.

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