Mundo

Arma 'misteriosa' de Zelensky promete virar o jogo contra Força Aérea russa

Drone de longo alcance pode atingir bases aéreas russas, mudando a dinâmica do conflito.

Zelensky apresentou o 'drone foguete' e afirma que arma ajudará Ucrânia a 'virar' a guerra contra os russos. (Agence France-Presse/AFP)

Zelensky apresentou o 'drone foguete' e afirma que arma ajudará Ucrânia a 'virar' a guerra contra os russos. (Agence France-Presse/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 13h46.

Última atualização em 29 de agosto de 2024 às 14h06.

Tudo sobreUcrânia
Saiba mais

No conflito entre Ucrânia e Rússia, uma nova arma ucraniana, batizada de "Palianytsia", foi recentemente revelada pelo presidente Volodymyr Zelensky. Trata-se de um "drone foguete" de longo alcance que, segundo o presidente ucraniano, foi usado pela primeira vez em combate nesta semana. O objetivo principal desta arma é atingir aeronaves russas ainda no solo, impedindo-as de decolar para lançar mísseis contra alvos ucranianos.

De acordo com a Forbes, a estratégia por trás do Palianytsia é conhecida como "matar o arqueiro, não as flechas", ou seja, atacar as aeronaves antes que possam representar uma ameaça. Esta abordagem já demonstrou sucesso em ataques anteriores, como o realizado em 22 de agosto na base aérea de Marinovka, onde imagens de satélite sugerem que vários bombardeiros foram destruídos ou danificados.

O que sabemos sobre o Palianytsia?

A arma ainda é envolta em mistério. Aparentemente, trata-se de um drone equipado com um motor turbojato, o que lhe confere uma alta velocidade, essencial para ataques rápidos e precisos. Com alcance de pelo menos 370 milhas (aproximadamente 595 km), o Palianytsia pode atingir mais de 20 bases aéreas russas. Comparado a outros drones ucranianos de longo alcance, seu alcance é menor, mas sua velocidade pode compensar essa limitação, tornando-o uma ameaça significativa para as forças russas.

A nomenclatura "drone foguete" pode causar confusão, mas é importante entender que as definições entre drones, mísseis de cruzeiro e outras armas são frequentemente nebulosas e determinadas mais pela história do que pelas especificações técnicas. O Palianytsia, com seu motor turbojato, parece estar otimizado para ataques rápidos, especialmente eficazes contra alvos móveis como aeronaves.

Produção em massa

Para que o Palianytsia seja eficaz, ele precisa ser produzido em larga escala. O presidente Zelensky afirmou que a produção de drones de ataque de longo alcance aumentará, seguindo o exemplo de outros drones ucranianos que têm sido fabricados em grandes quantidades. Isso reflete a estratégia ucraniana de priorizar a produção em massa de drones relativamente baratos, mas eficazes, em vez de depender exclusivamente de armamentos caros e sofisticados fornecidos pelo Ocidente.

Esses drones, como os barcos kamikaze usados pela Ucrânia no Mar Negro, podem não ser tão avançados quanto os equipamentos militares ocidentais, mas sua quantidade e eficácia em massa podem causar danos significativos às forças russas. Um único Palianytsia pode não ser tão potente quanto um míssil ATACMS, mas um ataque coordenado com dezenas desses drones pode superar as defesas russas e atingir alvos críticos.

O Palianytsia representa apenas o começo de uma nova geração de drones de ataque na Ucrânia. Futuras evoluções podem incluir versões com motores turbofan para maior alcance, drones interceptores capazes de alvejar aeronaves em voo e outras inovações. A tecnologia de drones está em constante evolução, e ainda não conhecemos todo o potencial dessas novas armas.

Se o Palianytsia conseguir neutralizar a força aérea russa e interromper o lançamento de mísseis e bombas guiadas, ele poderá, de fato, ser um divisor de águas no conflito, como sugere o ministro da tecnologia ucraniano, Mykhailo Fedorov.

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaRússiaGuerrasVladimir PutinVolodymyr-Zelensky

Mais de Mundo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio

MH370: o que se sabe sobre avião desaparecido há 10 anos; Malásia decidiu retomar buscas

Papa celebrará Angelus online e não da janela do Palácio Apostólico por resfriado

Albânia fechará o TikTok por pelo menos um ano