Mercado imobiliário

“Vamos crescer diferente”: como a OLX mira triplicar faturamento de R$ 1 bi em 5 anos

Empresa é o maior player de classificados de imóveis, com presença em 92% dos municípios brasileiros

Marcos Leite, CRO do grupo OLX:  (OLX/Divulgação)

Marcos Leite, CRO do grupo OLX: (OLX/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 7 de setembro de 2024 às 10h02.

A OLX chegou ao Brasil em 2010 com a premissa de estimular o ‘desapego’ e, assim, criar um grande ecossistema de classificados digital com itens usados. Funcionou: o faturamento da empresa avançou 10 vezes na última década, alcançando a marca de R$ 1 bilhão no final de 2023. Metade do resultado vem da frente imobiliária, na qual a empresa consolidou sua liderança a partir de 2020 com a aquisição do GrupoZAP.

Para os próximos cinco anos, a meta é expandir. “Vejo um potencial muito grande em poder mais do que triplicar o faturamento do grupo OLX, em grande parte pela nossa estratégia e nossa liderança e posição do mercado imobiliário”, defendeu Marcos Leite, CRO (diretor de receita, na sigla em inglês) do grupo OLX.

Hoje o segmento de imóveis conta com três frentes de anúncio: Zap Imóveis, Viva Real e OLX Imóveis, com presença em 92% dos municípios brasileiros. “Estimamos que 70% de todas as visitas de pessoas procurando imóveis estão nas nossas plataformas. Nós temos três vezes mais visitas comparado com o segundo colocado nesse mercado, que é o QuintoAndar”, diz Leite.

São sete milhões de anúncios mensais em cada site do grupo, que são automaticamente republicados nos outros dois. O objetivo, segundo o CRO, é oferecer a maior quantidade de opções disponíveis em uma única plataforma. “O usuário final não quer entrar em seis sites diferentes”, defende. A proposta da marca é apresentar tudo que está disponível no mercado, uma “evolução” sem limite de espaço do tradicional classificado de jornal. 

Com a abrangência geográfica praticamente garantida, Leite vê outras avenidas de crescimento para a OLX. A primeira é o avanço do engajamento e da audiência nas plataformas do grupo. E esse movimento, por sua vez, deve vir da própria digitalização do mercado imobiliário. “Vamos crescer diferente. Ainda existe uma parcela de pessoas que buscam imóveis offline. Alguns indicadores, como a penetração de smartphones entre a população, ainda estão avançando. E nós crescemos com isso.”

Outro ponto que a empresa tem olhado com atenção é sua unidade de inteligência de mercado, o DataZAP, que compila dados do mercado brasileiro há 20 anos. A monetização do DataZAP começou com a venda da inteligência para incorporadores, e hoje atende também as imobiliárias. O objetivo é ajudar os parceiros a precificar melhor seus imóveis. O CRO afirmou que a empresa hoje estuda como colocar essa informação também mais acessível ao usuário final para além do Índice FipeZAP, divulgado mensalmente com informações de venda e aluguel.

Hoje a empresa disponibiliza estudos periódicos e disponibiliza, nos portais de anúncios, seu modelo de precificação colocando, automaticamente, uma estimativa de preço para todos os anúncios, destacando aqueles com valores abaixo do mercado com um selo de oportunidade. Outra ferramenta é a calculadora de preços, que utiliza o mesmo modelo para permitir que o usuário teste o valor de seu imóvel atual ou de um imóvel que deseja adquirir.

A OLX coloca também como prioridade a profissionalização do mercado que, segundo Leite, se reflete diretamente na capacidade de crescimento da empresa. A principal iniciativa para a área é o Conecta Imobi, evento de capacitação de imobiliárias e corretores que, na próxima semana, realiza sua 11ª edição e pretende receber 7 mil participantes.

“A gente realmente acredita que conseguimos elevar o nível do mercado brasileiro para patamares que já vimos lá fora. [O cenário local] tem um potencial muito grande de ser muito mais digital e profissional.”

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