Negócios

OLX conclui compra do ZAP Imóveis e quer transformar o mercado imobiliário

Além de melhorar a jornada do consumidor, a nova empresa mira ampliar os laços com imobiliárias e incorporadoras

Andries Oudshoorn, presidente da OLX Brasil: expansão em imóveis (OLX/Divulgação)

Andries Oudshoorn, presidente da OLX Brasil: expansão em imóveis (OLX/Divulgação)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 18h21.

Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 18h58.

A OLX acaba de anunciar a conclusão da compra da plataforma de classificados online Zap Imóveis. Com a transação, no valor de 2,9 bilhões de reais, a OLX se prepara para mudar não só a forma como o brasileiro consome imóveis, mas também como o mercado imobiliário atua.

É hora de mudar de casa? Alugar ou comprar, e como? A EXAME Academy ajuda você.

A transação já foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e agora a OLX começa a dar os próximos passos rumo à consolidação do negócio. Os 60 milhões de acessos mensais da empresa se somam aos 50 milhões do Zap Imóveis e da Viva Real.

"O mercado brasileiro ainda tem muito potencial neste segmento. Queremos melhorar ainda mais a experiência no mercado de venda e locação", afirma Andries Oudshoorn, presidente da OLX Brasil, em entrevista à EXAME.

O plano passa principalmente pelos investimentos em tecnologia. Segundo o executivo, a OLX vem investindo em inteligência artificial e machine learning para otimizar a experiência do usuário. No caso do setor de imóveis, o motor de busca da plataforma entende em qual fase da procura o usuário está e recomenda não só outros imóveis, mas também produtos como móveis, por exemplo.

Além disso, os algoritmos da OLX podem detectar se há risco de fraude em determinada transação e então o sistema pede automaticamente mais documentações para validar se o negócio é seguro.

Do outro lado do balcão, a empresa quer mudar a forma como imobiliárias e incorporadoras fazem negócios. Segundo o executivo, o novo grupo será muito mais assertivo para estas empresas. No caso de imóveis novos, são as incorporadoras que fazem o marketing e as vendas e elas poderão continuar anunciando os lançamentos nas plataformas da OLX. Já para usados, as imobiliárias continuarão utilizando a plataforma da OLX, do Zap e Viva Real.

Além disso, a OLX prestará serviços para construtoras, com o time Data Zap, por meio de ciência de dados e relatórios que ajudam profissionais do setor no momento da tomada de decisão sobre onde investir em construções, com recomendações de localização.

"Seremos muito mais relevantes para imobiliárias e incorporadoras, que investem em outros canais que não são tão eficientes. Conseguimos melhorar a experiência de todo o ecossistema."

Com a união das operações da OLX e do Zap, além da Viva Real, a nova empresa espera complementaridade. Segundo Oudshoorn, em imóveis o ZAP é mais forte na região Sudeste e, a OLX, no Norte e Nordeste.

Ele explica que a OLX tem um modelo mais horizontal, com experiência de busca integrada em que o usuário pode ver não só imóveis, mas carros e outros produtos, enquanto o ZAP tem filtros para uma busca amplamente acertada de imóveis por região e até ruas. 

O executivo avalia que, no tradicional mercado de imóveis, a digitalização na compra, venda e locação foi acelerada pela pandemia. "O consumidor já era digital, mas o setor inteiro ainda era muito offline."

Outros negócios

Além dos investimentos no segmento de imóveis, a OLX ainda tem no mercado de carros sua principal fonte de receita. Segundo Oudshoorn, a plataforma é líder nas transações de compra e venda de carros usados.

"Estamos investindo para resolver problemas ao longo da jornada de compra. Financiar o carro e transferir a documentação são atividades que ainda são offline, mas aos poucos estão se digitalizando e queremos fazer todo esse processo da melhor maneira possível." Para financiamentos de automóveis, a OLX tem parcerias com o Itaú e o Santander.

A empresa também entrou, recentemente, no negócio de meios de pagamentos. A companhia lançou uma carteira digital, a OLX Pay, para facilitar as negociações. O usuário pode pagar com garantia, uma vez que a plataforma só libera o pagamento para o vendedor se o comprador confirmar que está tudo certo.  "É simples e acessível", diz Oudshoorn.

A OLX Pay será gratuita para os compradores da plataforma, mas os vendedores terão que pagar uma taxa de administração, algo comum neste tipo de iniciativa. "Vamos aumentar a receita proveniente de serviços financeiros, há muito potencial porque esse processo ainda é amplamente analógico."

Acompanhe tudo sobre:ImóveisOLXZAP Imóveis

Mais de Negócios

Com radiologia móvel, empreendedora amplia o acesso de veterinários a laudos

Atenção, Faria Limers: startup russa investe R$ 50 milhões para trazer patinetes de volta a SP

Esse empresário falido ficou milionário vendendo pedras como animais de estimação

Modernização de fábricas e autoprodução de energia: Unipar apresenta seus avanços em ESG