Marketing

O que você precisa saber sobre fan pages

A quantidade de páginas de marcas no Facebook triplicou em um ano, e a corrida agora é pelas ações mais atraentes

No Brasil, marcas como Guaraná Antarctica e Smirnoff já alcançaram um milhão de “likes” em suas fan pages (Getty Images)

No Brasil, marcas como Guaraná Antarctica e Smirnoff já alcançaram um milhão de “likes” em suas fan pages (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 15h39.

Rio de Janeiro - Na busca pelo relacionamento na internet, as empresas têm apostado nas fan pages do Facebook para criar um diálogo com os consumidores. Mas como saber a melhor maneira de lançar uma página atrativa e que valha o investimento? E, mais ainda, como verificar se a plataforma realmente trará retorno para a sua marca?

O Brasil tem mais de 500 páginas de marcas na rede social, segundo um levantamento realizado pela F.biz em junho. Parte deste “boom” explica-se pela percepção da quantidade de potenciais consumidores conectados, possíveis clientes que não estariam acessíveis à marca em outros meios, como TV ou anúncio em revistas.

“De 2010 para 2011, o número total de fan pages de empresas no Facebook triplicou”, diz Duncan Southgate, diretor global de digital da Millward Brown, em palestra no I Fórum Internacional ABA Rio de Pesquisa e Inteligência Competitiva, realizado no último dia 15.

Como saber se sua marca deve investir no Facebook

Apesar de todo o frenesi em torno das fan pages, as mídias sociais podem não combinar com todas as marcas. A estratégia deve ser analisada caso a caso, avaliando o perfil da companhia para ver se vale o investimento.

Primeiro de tudo, é preciso identificar o que a marca pretende com a ação. Uma pesquisa da Millward Brown, por exemplo, descobriu que o principal objetivo dos profissionais de Marketing ao lançar fan pages é criar fidelidade com a marca, e não obter venda direta. 

A partir daí, deve-se estudar três fatores principais, para ver se a empresa se encaixa no perfil da mídia social. O primeiro é o país em que atua. No caso do Brasil, os números de usuários conectados apontam que vale a pena investir.

Categorias pedem ações específicas

Uma pesquisa recente do Ibope Nielsen mostrou que o total de pessoas com acesso à internet no país atingiu 77,8 milhões em agosto. Dessas, 87% utilizam redes sociais e outras páginas de relacionamento. Só o Facebook tem 30,9 milhões de usuários únicos no país, ou cerca de 14% da população nacional.


Observar a categoria da marca também é um passo fundamental na hora de investir na plataforma. As que têm mais fãs no Facebook são as de software, hardware, telecomunicações e telefonia, por serem clientes que já são ligados à tecnologia, com maior presença na rede e que desejam obter informações das empresas de antemão. 

Outras categorias que conquistam um alto número de fãs são a de carros e, curiosamente, a de fraldas. “A de carros é fácil de entender, porque o automóvel é uma extensão e uma expressão de quem você é.

Confesso que fiquei surpreso com o resultado das marcas de fraldas, mas pesquisando vi que a pequena audiência se importa muito com o produto. As mães querem falar sobre isso, já que a rotina com o bebê torna-se parte elementar de suas vidas”, diz Southgate.

Criatividade e desejo

Vale a pena, ainda, estudar um terceiro fator. Qual é o perfil da empresa? O padrão que mais dá retorno é o de marcas consideradas criativas e desejáveis. Se a companhia está muito longe desse estereótipo, talvez a fan page não obtenha o resultado esperado. 

Essa pré-avaliação, no entanto, não impede que o marketing aposte na ferramenta. O desafio será se esforçar para ter uma página criativa, inovadora, diferente e que apresente algo único.

Esses atributos, inclusive, são indispensáveis em toda forma de marketing digital para qualquer empresa que deseja se destacar na internet.

Marcas com mais de um milhão de fãs

No Brasil, marcas como Guaraná Antarctica e Smirnoff já alcançaram um milhão de “likes” em suas fan pages, ou seja, o número de um milhão de usuários que recebem e interagem com o conteúdo de cada empresa. 


Com o slogan “Clique em curtir para aproveitar o melhor da vida entre amigos”, a página da marca de refrigerante da Ambev conquistou seus 1.135.545 de fãs por meio de ações tão variadas como futebol virtual, campeonato de vídeo game e aulas em vídeo para as mães não envergonharem os filhos na internet. 

Já a Smirnoff Brasil chama a atenção do usuário com uma mensagem que ressalta os resultados das fan pages mundiais da marca, alcançando 50 países e 10 milhões de pessoas.

A versão brasileira já possui 1.005.515 fãs, utilizando-se principalmente de calendário de festas, concursos para ingressos e um projeto que começou no ano passado e repete-se agora, o Nightlife Exchange, que recebe ideias de eventos dos usuários e seleciona algumas para executá-las.

Em terceiro lugar no número de fãs brasileiros, segundo um levantamento de agosto da GraphMonitor, está a L´Oreal Brasil, na época com 769 mil “likes”, e, seguindo a lista, vêm Peixe Urbano (761 mil), Halls Brasil (524 mil), ClickOn (465 mil), Privalia (426 mil), Nike Futebol (423 mil) e Rock in Rio (413 mil).  

Quantidade não é qualidade

O sucesso real de uma fan page, entretanto, não é medido apenas em números, mas também na qualidade das ações. Em um estudo da Millward Brown, que considerou itens como atenção aos posts, quantidade de recomendações a amigos e revisita à página, foi visto que não havia correlação entre o número de fãs no Facebook e o resultado geral do desempenho da marca. 


“Assim como a maneira de avaliar o ROI por meio da contagem de cliques em um anúncio online foi ultrapassada por métodos que avaliam outras linhas importantes, a quantidade de adeptos de uma fan page não significa qualidade. É preciso saber o que fazer”, diz Southgate.

O que os internautas querem

Na mesma pesquisa foi descoberto que os atributos mais recorrentes das fan pages são, em primeiro lugar, ser fácil de navegar, com 55%, e apresentar informação confiável, com 48%. Também é bom ter frequência de posts. “Quanto mais, melhor, mas sem irritar o usuário, é claro. Recomendaria cerca de 40 posts por mês”, aconselha Southgate. 

Essa preocupação é importante porque a maioria dos internautas não visita a página da marca aleatoriamente. O conteúdo chega a eles pelo feed de notícias em sua página inicial, o que leva a empresa a disputar a atenção com todos os contatos do consumidor.

Mas e os clientes, quais são os maiores benefícios para eles? Apesar de uma tendência no mercado de perceber a interação como o fator mais importante, os usuários buscam na fan page principalmente concursos e, em segundo lugar, notícias sobre produtos da empresa.

Ser diferente é o maior atrativo

Para a ferramenta obter sucesso, conquistar e manter seu fã, quatro ações não podem ser negligenciadas: concursos e ofertas, informações sobre produtos, regularidade de posts e notícias de credibilidade sobre a marca. Uma subcategoria de sucesso que está dentro de concursos são os social games. Essa é a plataforma com o maior impacto da marca sobre os clientes, apesar de não ter o maior alcance. 

O maior sucesso chega quando a fan page é criada baseado no diferencial da empresa, no que ela tem de único, sem repetir ações, mas investindo em novidades. Um exemplo inovador foi feito pela marca de rum Captain Morgan México, que brinca como se a página fosse, na realidade, o perfil do personagem. Outra tática de diferenciação é sincronizar no Facebook o conteúdo que a empresa posta no Twitter.

“A melhor estratégia é ser diferente e ter ambição. Tudo que nunca foi visto se destaca acima da média. O profissional de marketing precisa estar prestando atenção às novidades, porque há sempre novas oportunidades, e mergulhar no trabalho para tornar a página a melhor possível, dando à ação no Facebook a importância que ela merece”, completa Southgate.

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