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O ano de Anderson Silva, de quase-famoso a superastro

Lutador do UFC é figurinha carimbada na TV em campanhas publicitárias de rede de fast food, de automóveis e de motocicletas

Apesar do físico de campeão, 1,89 metro e a condição de nocauteador, hoje é acompanhado por seguranças - e também por mais assessores (Eduardo Monteiro/Veja)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2011 às 11h42.

Em dezembro de 2010, Anderson Silva , já campeão dos médios no UFC, treinava em uma academia na Zona Sul do Rio de Janeiro, preparando-se para a luta contra Vitor Belfort. Durante duas horas de exercícios, só se escutavam as vozes dos treinadores e sparrings – a sala de musculação, no andar de cima, estava lotada, mas a presença de Anderson não despertava tanta curiosidade.

Menos de um ano depois, é impossível Anderson andar em qualquer lugar sem juntar uma multidão de pessoas, incluindo crianças e mulheres. Ele passou de quase-famoso a uma das maiores sensações do esporte no Brasil, perdendo apenas para Neymar. Catapultado a essa condição de ídolo nacional, o lutador mudou de patamar na preferência nacional e também sofreu mudanças de comportamento, inerentes ao sucesso alcançado dentro e fora do octógono. Nada que afete seu caráter brincalhão, de quem está de bem com a vida – pessoal e profissionalmente. Mas as mudanças são inevitáveis.

Na entrevista concedida ao site de VEJA na academia, em dezembro, Anderson falou por mais de uma hora, com apenas um assessor do UFC por perto, em tom baixo, quase inseguro. Esbanjou simpatia, mas estava concentrado, e só sorria ao falar da família. Ficou surpreso quando um sparring lembrou seus títulos em outras competições. Ao deixar a academia, caminhou até sua Land Rover branca e uns poucos fãs desejaram sorte na luta. Mas Anderson não tem saudade deste passado recente. Ele gosta do público, adora ser reconhecido, não se furta a brincadeiras de todos os gêneros com a torcida por onde passa e não titubeia em confessar que gosta da fama.

Apesar do físico de campeão, 1,89 metro e a condição de nocauteador, hoje é acompanhado por seguranças - e também por mais assessores. Agora já até espera que alguém faça comentários sobre lutas mais antigas, e gosta de saber que muita gente o acompanha. Há um ano carregava um acanhado telefone celular, aparentemente sem suporte à internet. Criou um perfil no Twitter em fevereiro, tem 900.000 seguidores e hoje diz que não consegue mais ficar longe do celular, um smartphone protegido com uma capa amarela.

É o ano de Anderson no Brasil. Além de ter sido beneficiado pela explosão do UFC, que o alçou a ídolo nacional, fechou contrato de gerenciamento de sua carreira com a empresa do ex-jogador Ronaldo – sinônimo de muitos negócios e conta mais polpuda. É figurinha carimbada na TV em campanhas publicitárias de rede de fast food, de automóveis, de motocicletas. A voz fina – na verdade nem tanto assim – que antes era motivo de quase introspecção, serviu de base para uma campanha, em que dubla a esganiçada Minnie Riperton na canção Lovin’ You, do álbum Perfect Angel, de 1974.


De atleta requisitado por publicações especializadas em MMA passou a ser alvo de todas as rádios, revistas, jornais e televisões – passou por praticamente todos os programas de todas as redes, dos mais bizarros às entrevistas com estrelas da telinha. Na Rede Globo, foi ao Altas Horas dançar como Michael Jackson; no Fantástico, admitiu que o namorado da filha brinca com sua voz fina. Foi jurado do quadro "Dança dos Famosos" no Domingão do Faustão, colocou peruca para dançar Justin Bieber no Caldeirão do Huck, atacou de comentarista no Corujão do Esporte e mostrou alguns golpes a Ana Maria Braga.

Na Record, cozinhou com Edu Guedes no programa Hoje em Dia, participou do Esporte Fantástico e conversou com Marcos Mion no Legendários. No SBT, foi entrevistado por Eliana e participou do De Frente com Gabi. Na Bandeirantes, encenou uma luta bizarra contra o apresentador Marco Luque e foi ao Agora é Tarde, de Danilo Gentili.

Mas toda esta disponibilidade foi ficando cada vez mais rara e agora pode acabar de vez. A Rede Globo comprou os direitos para transmitir o UFC em canal aberto no Brasil (a estreia acontece neste sábado, com o UFC 141), e o lutador será uma espécie de mestre de cerimônias de eventos – o que significa quase exclusividade com a emissora. E se antes pensava apenas em trabalhar com MMA ao se aposentar, agora nutre especial interesse em seguir carreira artística, e não descarta trabalhar como ator no cinema ou dublar desenhos animados. Com a voz fina que, há menos de um ano, só os fãs das lutas conheciam.

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Em dezembro de 2010, Anderson Silva , já campeão dos médios no UFC, treinava em uma academia na Zona Sul do Rio de Janeiro, preparando-se para a luta contra Vitor Belfort. Durante duas horas de exercícios, só se escutavam as vozes dos treinadores e sparrings – a sala de musculação, no andar de cima, estava lotada, mas a presença de Anderson não despertava tanta curiosidade.

Menos de um ano depois, é impossível Anderson andar em qualquer lugar sem juntar uma multidão de pessoas, incluindo crianças e mulheres. Ele passou de quase-famoso a uma das maiores sensações do esporte no Brasil, perdendo apenas para Neymar. Catapultado a essa condição de ídolo nacional, o lutador mudou de patamar na preferência nacional e também sofreu mudanças de comportamento, inerentes ao sucesso alcançado dentro e fora do octógono. Nada que afete seu caráter brincalhão, de quem está de bem com a vida – pessoal e profissionalmente. Mas as mudanças são inevitáveis.

Na entrevista concedida ao site de VEJA na academia, em dezembro, Anderson falou por mais de uma hora, com apenas um assessor do UFC por perto, em tom baixo, quase inseguro. Esbanjou simpatia, mas estava concentrado, e só sorria ao falar da família. Ficou surpreso quando um sparring lembrou seus títulos em outras competições. Ao deixar a academia, caminhou até sua Land Rover branca e uns poucos fãs desejaram sorte na luta. Mas Anderson não tem saudade deste passado recente. Ele gosta do público, adora ser reconhecido, não se furta a brincadeiras de todos os gêneros com a torcida por onde passa e não titubeia em confessar que gosta da fama.

Apesar do físico de campeão, 1,89 metro e a condição de nocauteador, hoje é acompanhado por seguranças - e também por mais assessores. Agora já até espera que alguém faça comentários sobre lutas mais antigas, e gosta de saber que muita gente o acompanha. Há um ano carregava um acanhado telefone celular, aparentemente sem suporte à internet. Criou um perfil no Twitter em fevereiro, tem 900.000 seguidores e hoje diz que não consegue mais ficar longe do celular, um smartphone protegido com uma capa amarela.

É o ano de Anderson no Brasil. Além de ter sido beneficiado pela explosão do UFC, que o alçou a ídolo nacional, fechou contrato de gerenciamento de sua carreira com a empresa do ex-jogador Ronaldo – sinônimo de muitos negócios e conta mais polpuda. É figurinha carimbada na TV em campanhas publicitárias de rede de fast food, de automóveis, de motocicletas. A voz fina – na verdade nem tanto assim – que antes era motivo de quase introspecção, serviu de base para uma campanha, em que dubla a esganiçada Minnie Riperton na canção Lovin’ You, do álbum Perfect Angel, de 1974.


De atleta requisitado por publicações especializadas em MMA passou a ser alvo de todas as rádios, revistas, jornais e televisões – passou por praticamente todos os programas de todas as redes, dos mais bizarros às entrevistas com estrelas da telinha. Na Rede Globo, foi ao Altas Horas dançar como Michael Jackson; no Fantástico, admitiu que o namorado da filha brinca com sua voz fina. Foi jurado do quadro "Dança dos Famosos" no Domingão do Faustão, colocou peruca para dançar Justin Bieber no Caldeirão do Huck, atacou de comentarista no Corujão do Esporte e mostrou alguns golpes a Ana Maria Braga.

Na Record, cozinhou com Edu Guedes no programa Hoje em Dia, participou do Esporte Fantástico e conversou com Marcos Mion no Legendários. No SBT, foi entrevistado por Eliana e participou do De Frente com Gabi. Na Bandeirantes, encenou uma luta bizarra contra o apresentador Marco Luque e foi ao Agora é Tarde, de Danilo Gentili.

Mas toda esta disponibilidade foi ficando cada vez mais rara e agora pode acabar de vez. A Rede Globo comprou os direitos para transmitir o UFC em canal aberto no Brasil (a estreia acontece neste sábado, com o UFC 141), e o lutador será uma espécie de mestre de cerimônias de eventos – o que significa quase exclusividade com a emissora. E se antes pensava apenas em trabalhar com MMA ao se aposentar, agora nutre especial interesse em seguir carreira artística, e não descarta trabalhar como ator no cinema ou dublar desenhos animados. Com a voz fina que, há menos de um ano, só os fãs das lutas conheciam.

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