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Franquias crescem no Nordeste e atraem empresas

Enquanto no país o setor cresceu 15% nos últimos três anos, na região a soma alcançou 32% no mesmo período

Hoje, 10% das franquias brasileiras estão no Nordeste (Roberto Setton/EXAME)

Hoje, 10% das franquias brasileiras estão no Nordeste (Roberto Setton/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 11h03.

Rio de Janeiro - O Nordeste vem se mostrando uma área promissora do Brasil e com grande potencial de negócio quando o assunto é franchinsing. Enquanto no restante do país o setor cresceu 15% nos últimos três anos, na região, este desenvolvimento alcançou o índice de 32% no mesmo período, segundo informações da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Somente o mercado nordestino chegou à marca de R$ 2,5 bilhões em faturamento em 2011 e a expectativa é de um crescimento de 11,5% para 2012. Hoje, a região concentra mais de três mil lojas franqueadas, que foram responsáveis pela criação de 32 mil novos postos de trabalho no ano passado e abriga 10% das franquias brasileiras.

O aquecimento e o amadurecimento do Nordeste têm aumentado a procura das marcas pela região, que ganha a preferência de empresas como a Showcolate. A rede especializada em fondues de chocolate paralisou a implantação de lojas nos Estados Unidos para focar seus investimentos em cidades como Salvador, Teresina e Itabuna.

“O Nordeste atravessa hoje uma fase muito boa, com um enorme potencial de crescimento. É uma região favorável por se tratar de um mercado maduro, que investe em marcas, mas que ainda é pouco explorado. Hoje, acreditamos mais nessa região que nos Estados Unidos, por exemplo”, explica o diretor da showcolate, Wallace Tonon.

Customização de produtos

Para agradar o público local e incrementar as vendas, a marca aposta na customização, incluindo no seu cardápio as frutas típicas de cada região, como o cupuaçu. “A adaptação de produtos não é uma característica das franquias, mas nosso negócio permite isso. Pelo menos 10% do nosso cardápio é regionalizado”, completa Tonon.


Já a rede de lanchonetes Habib’s não ajusta seu cardápio de acordo com a região, mas percebe diferenças entre o que é consumido no Sudeste e no Nordeste. “Em Fortaleza, por exemplo, há um consumo maior dos pratos árabes. Acreditamos que uma colônia árabe existente no local seja a responsável por esta particularidade”, diz João Penna, diretor de expansão do Habib’s.

Outra marca que investe pesado no Nordeste é o Bob’s. A rede de lanchonetes possui hoje 130 lojas na região, com 20% do seu plano de expansão voltado para essa área do país. “Nossa previsão é abrir 200 pontos de venda em 2012 e pretendemos manter esse plano pelos próximos quatro anos, com essa média de abertura. Para esse ano, destes 200 pontos, 20 serão abertos no Nordeste”, afirma Marcelo Ferrel, diretor de marca do Bob’s.

A rede aposta no variado mix de produtos, com sanduíches e gelados, para conseguir uma grande margem de aceitação na região. Além disso, há um amplo leque de tipos de pontos de venda, que permite às franquias não encontrarem problemas com imóveis para a implantação. O Bob’s disponibiliza aos franqueados desde quiosques até lojas Drive-Thru, com 500 metros quadrados.

Aumento no potencial de compra

O crescimento econômico e a migração de classes são os principais fatores apontados pelas franquias como responsáveis pelo interesse do mercado atual no Nordeste. Hoje, o PIB dos estados nordestinos é maior que a média brasileira, segundo dados da ABF.

”Essa ascensão de classes é uma realidade no Brasil como um todo, mas está mais acentuada no Nordeste atualmente. Os dois setores que têm tido mais procura são de alimentação e saúde e beleza, indicativos muito claros do aumento do poder aquisitivo”, completa o Marcus Rizzo, consultor de franquias e diretor da Rizzo Franchise.

O Habib’s possui 10 lojas na região e o objetivo é abrir pelo menos mais três até o fim do ano. Uma das maiores unidades da marca está no Ceará e foi aberta em dezembro de 2011. “Estamos no Nordeste há mais de 10 anos. É uma região com grande potencial, onde as pessoas querem uma alimentação boa, de qualidade, a um preço extremamente razoável. Este é o perfil dos brasileiros nas classes C e D”, afirma o diretor de expansão do Habib’s.


Custos de logística

A logística é uma questão importante a ser pensada pelas marcas que pretendem expandir sua atuação para o Nordeste. A distância dos grandes centros distribuidores, como Rio de Janeiro e São Paulo, pode tornar a operação mais onerosa. Para contornar a questão, o Habib’s investe em centros de produção locais.

“Em cada um desses pontos existe uma central de produção, então o produto é fabricado no local. Esse custo de logística para o franqueado praticamente não existe, porque ele vai buscar o que precisa na central de Fortaleza, por exemplo”, explica João Penna.

O Boticário também tem voltado seus olhos para o Nordeste do Brasil. A marca pretende abrir pelo menos 70 novas lojas em 2012 na região, o que representa um crescimento significativo em relação a 2011, quando foram inaugurados 45 pontos de venda.

A rede de clínicas de estética corporal e facial Onodera já possui duas unidades franqueadas nas cidades de Salvador e Aracaju e, para 2012, o seu plano de expansão prevê inaugurações nos estado de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí.

Financiamento

Visando o desenvolvimento cada vez maior, o Banco do Nordeste disponibiliza linhas de crédito para franquias, que podem cobrir até 100% do investimento, com juros de 5,06% ao ano e até quatro anos de carência, sem que o investidor tenha que pagar nada além dos juros nesse período.

Para garantir o sucesso nos investimentos, especialistas recomendam que as franquias mantenham o mesmo padrão nos seus produtos, independente da região do país onde estejam sendo implementadas.

“È importante garantir o mesmo padrão, porque é isso que faz com que o público local busque esse tipo de produto. Ele sabe que, independente de onde for, vai sempre receber o mesmo produto e com o mesmo padrão”, diz o consultor Marcus Rizzo.

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