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Escolas de samba do Rio se parecem cada vez mais com empresas

Além de gerar diretamente milhares de postos de trabalho, as escolas cariocas movimentam uma extensa cadeia produtiva

Carnaval no Rio: indústria do turismo, TV e rádio também são afetadas pelo evento (Alan Betensley/Wikimedia Commons)

Carnaval no Rio: indústria do turismo, TV e rádio também são afetadas pelo evento (Alan Betensley/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 18h23.

Belo Horizonte - Mudanças no padrão administrativo, operacional e comercial levaram as grandes escolas de samba do Rio de Janeiro a se parecerem, cada vez mais, com empresas, tendo de cumprir metas e objetivos.

Além de gerar diretamente milhares de postos de trabalho, as escolas cariocas movimentam uma extensa cadeia produtiva que atinge desde os forncedores de insumos até as indústrias do turismo, de televisão e rádio.

Para entender como se organiza essa cadeia produtiva, uma pesquisa da Escola Nacional de Estatística analisou a São Clemente, escola de porte médio, que em 2010 estava no grupo de acesso.

A maioria dos 240 funcionários apresenta-se apenas como trabalhador do barracão, mas a pesquisa identificou a existência de 27 ocupações divididas em sete diferentes setores: alegoria, ateliê de fantasia, músicos, coreógrafos, planejamento, protótipo de fantasia e desfile na avenida.

Os setores que mais empregam são os de fantasia e ateliê, mas não são os que melhor remuneram. As escolas reproduzem as exigências do mercado de trabalho. Ganha mais quem tem melhor formação e nível de escolaridade.

“A maior parte dos gastos nas escolas é com pessoal. Quanto mais capacitado o trabalhador, maior a remuneração. O arquiteto e projetista é o mais remunerado”, diz Larissa Vitório, autora da pesquisa.

A remuneração varia de R$ 3,23 a hora para auxiliares de serviços gerais, aderecistas e decoradores para R$ 41 a hora para arquiteto e projetista. O custo da hora de serviço de arquiteto empata com o do iluminador eletricista. Isso revela que as escolas valorizam muito o domínio da prática.

“A hora do iluminador é maior que a do carnavalesco. Quanto mais especializado, maior a remuneração, mas tudo está muito ancorado no saber fazer tradicional”, explica Larissa.

A pesquisa também avaliou o perfil socioeconômico da primeira turma do Plano Setoria de Qualificação (Planseq) para a indústria do carnaval. O programa é do Ministério do Trabalho e visa à capacitação desse profissionais.

“As escolas são, de fato, um grande pólo de geração de trabalho e renda. Elas são intensivas na contratação de mão de obra, são um mercado extremamente diversificado em termos de categorias ocupacionais que apresentam grandes diferenciais de rendimentos. A escolaridade e qualificação profissional implica diretamente rendimentos mais altos ou mais baixos”, acrescenta.

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