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Brasil precisa se preparar para mercado consumidor mais velho

Em 2050, 18% da população terá mais de 65 anos, criando novas demandas e diversas oportunidades de negócio para os empresários

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h56.

Uma rápida olhada nos anúncios publicitários mostra que, hoje, o consumidor jovem é o principal alvo das empresas brasileiras. Segundo reportagem da revista EXAME , os 28 milhões de brasileiros entre 15 e 22 anos têm em mãos cerca de 28 bilhões de reais para gastar com o consumo. Mas a evolução da pirâmide etária indica que as empresas devem, desde já, se preparar para um novo desafio: atender a um mercado cada vez mais velho. "O país tem mudado a uma velocidade expressiva e sua população está vivendo mais", diz Eduardo Nunes, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nunes participou, nesta quinta-feira (9/9), doseminário Marketing em Foco, promovido pelas revistas EXAME e Meio&Mensagem. Segundo ele, há evidências claras da tendência de envelhecimento da população. No último censo populacional do IBGE, divulgado em 2000, 30% dos brasileiros tinham de 0 a 14 anos e apenas 5% estava acima dos 65 anos. Em 2050, quando o país deverá atingir 259,8 milhões de habitantes, estas duas pontas (os mais jovens e os mais idosos) se igualarão, com 18% de participação para cada uma. Em números, os idosos passarão de 1,250 milhão de pessoas, em 2000, para 13 milhões (confira na revista EXAME que chega hoje às bancas reportagem sobre população brasileira).

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Novas demandas

"O mercado deixará de ser tão jovem e isso gerará novas demandas", afirma Nunes. Além da necessidade, já debatida no país, de repensar o sistema previdenciário, o presidente do IBGE aponta outros temas que poderão ser explorados pelas empresas: criação e ampliação dos fundos de previdência privada; assistência à saúde (sobretudo, investimentos em geriatria e planos de saúde voltados para idosos); serviços domésticos para terceira idade; entre outros.

Segundo Nunes, o próprio espaço urbano mudará em função do envelhecimento populacional. "O modo de construir as edificações e os meios de transporte deverão considerar as dificuldades de locomoção próprias de pessoas com idade avançada", diz. A observação ganha ainda mais peso, quando se considera que o país vive um processo acelerado de urbanização. Em 1950, apenas seis municípios brasileiros eram habitados por mais de 250 mil pessoas. Hoje, há 84 cidades nessa situação.

Os negócios de lazer e entretenimento também deverão prestar cada vez mais atenção a este público. "Temos que pensar modos de inserir essa população idosa nos serviços de lazer, como já acontece na Europa", afirma Nunes. "A Europa, aliás, é um grande exemplo para o Brasil", diz.

Os números também indicam que o mercado da terceira idade será cada vez mais longevo, abrindo possibilidades duradouras de ganhos para as empresas que apostarem nele. Em 1940, a expectativa de vida dos brasileiros, ao nascer, era de 40,7 anos. Os avanços da medicina e a melhoria da qualidade de vida elevaram o indicador para 70,4 anos em 2000. Em 2050, ele deve bater em 81,3 anos a expectativa de vida atual dos japoneses. "Sem dúvida, o envelhecimento da população mudará o padrão de consumo do país", diz Nunes.

Seminário Marketing em Foco

Daniela Picoral

Pela manhã, painelistas abordaram as mudanças do mercado consumidor brasileiro

Promovido pelas revistas EXAME e Meio & Mensagem, o seminário Marketing em Foco é um ciclo inédito de palestras voltado para a relevância do marketing na gestão das empresas, a valorização das marcas e a atualização profissional.

Nesta quinta-feira (9/9), empresários, executivos da iniciativa privada debatem como aproveitar as novas oportunidades de um mercado consumidor cada vez mais segmentado. O tema das palestras de hoje, que ocorrem no hotel Gran Meliá, em São Paulo, é o Brasil Consumo Como explorar esse potencial. Os debatedores do painel da manhã ( foto ) foram, da esquerda para a direita: Ricardo Neves, da ITC Consultoria, Osvaldo Coni Jr., da Tigre, Marco Moreno, da SAP, Flávio Ferrari, do Ibope, Eduardo Nunes, do IBGE, Marina Campos, da Lowe, e Ricardo Monteiro, da Procter&Gamble. Para ter mais informações sobre o seminário, clique aqui e visite o site do Marketing em Foco .

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