Gabriel Leone como Ayrton Senna em Senna. (Kurt Iswarienko/Netflix/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 12 de novembro de 2024 às 15h32.
Última atualização em 12 de novembro de 2024 às 15h44.
Dirigida por Vicente Amorim, a série sobre Ayrton Senna vai chegar ao streaming no próximo dia 29 de novembro deste ano como uma das grandes apostas da Netflix. Além de um investimento que passa de R$ 1 bilhão, uma das produções mais caras da plataforma dentro da América do Sul, a obra também contou uma estrutura jamais vista, reunindo atores e profissionais de 16 países distintos, incluindo também a Europa.
Estima-se que mais de 15 mil pessoas participaram das gravações, entre todos os envolvidos. A série, que conta com parceria da Heineken, terá seis episódios e vai contar a história do piloto desde seu começo no kart até seus últimos momentos na Fórmula 1.
Nas últimas semanas foram reveladas as primeiras informações sobre o longa, com direito até a criação de um box para a escuderia inventada, além de cenas que envolvem as corridas, claro, e parte de sua vida pessoal, como especiais de Natal da Xuxa, com quem namorou.
Toda essa estratégia segue um planejamento para aproximar o fã do esporte, onde além de ver os circuitos reais no longa, também terá a chance de reconhecer rostos familiares nos sets. Max Verstappen e o ex-gestor da Haas Gunther Steiner são algumas das participações especiais que já puderam ser observadas no teaser lançado.
Entre os detalhes, é possível ver como parte da trajetória do piloto foi recriada, desde cenas práticas, como as corridas, que incluem chuva, fogo, até a participação de Senna em programa especial de Natal de Xuxa, filmado em 1988 e que conta com as clássicas cenas dos beijos da apresentadora
Na última semana, aliás, a Netflix Brasil surpreendeu os fãs ao promover uma ativação especial na Avenida Paulista para promover a série, distribuindo capas de chuva personalizadas inspiradas em Senna. Estilizadas, as capas de chuva tinham um design exclusivo e a frase “A chuva coloca os carros no mesmo nível, mas não os pilotos”, e o título “The Rain Master”.
A hora dos anúncios foi certeira, pois a indústria cinematográfica vive um momento de alta com obras do universo esportivo. Para Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, a junção das estratégias utilizadas pela produção do filme tendem a gerar um grande interesse em fãs do esporte.
“O filme ‘F1’ tem grande potencial para conquistar os fãs de automobilismo. A criação de produções no entorno do ecossistema do esporte são benéficas para a construção de uma maior base de fãs, como foi o caso da série da Netflix, Drive to Survive, que proporcionou um aumento de mais de 58% na audiência da Fórmula 1 após seu lançamento”, aponta.
Para especialistas em gestão e marketing esportivo, a imagem de Ayrton Senna segue presente entre as marcas e o público brasileiro mesmo depois de trés décadas após a sua morte, e o surgimento da série tende a ser um sucesso para a nova e antiga geração, do mundo inteiro.
"Mesmo depois de 30 anos, a idolatria de Ayrton Senna segue firme e crescente. Atravessa gerações e conquista fãs que nem o viram correr e com um ótimo trabalho do Instituto Ayrton Senna, com suas ações e cuidado com a marca, e ativações que até hoje trazem o público para perto do ídolo", afirma Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM
"O legado é enorme e foi mantido depois de 30 anos de sua morte, pois ele uniu talento à disciplina como poucos, em uma combinação rara e inspiradora, dentro e fora do esporte. No mercado é nítido o impacto que o Senna teve na geração que tem hoje entre 40 e 70 anos. Existe praticamente um nicho todo que se apaixonou pela modalidade através da torcida por ele, e que segue apaixonada até hoje, muito tempo depois", aponta Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências esportivas e que comercializa pacotes para o GP de São Paulo.
Já para Renê Salviano, CEO da Heatmap, o destaque é para a gestão profissional da família de Senna. "Acredito não ser uma tarefa fácil, até mesmo pelo fato de não ser o esporte preferido dos brasileiros, mas o Senna é um ícone mundial do esporte, e para mim, o melhor de todos que já surgiu na modalidade".
"Senna foi um vencedor brasileiro em época de inflação galopante, transição democrática e ausência de títulos mundiais de futebol. Era a imagem do vencedor nacional e nos deixou de forma trágica, buscando ser o melhor. Como ele foi nosso último campeão na Fórmula 1, um esporte que ainda é muito acompanhado por aqui, ainda vivemos uma espécie de "sebastianismo" nesse aspecto: parece que Senna nunca nos deixou porque ninguém o superou ainda", complementa Reginaldo Diniz, CEO e sócio-fundador da End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.