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Após vitória de Trump, empresas planejam retomar publicidade no X

Após vitória de Trump, empresas planejam retomar publicidade no X para ganhar apoio de Musk e do novo governo

A reaproximação de Elon Musk com Donald Trump pode atrair marcas de volta ao X em 2025, mas com cautela. (LightRocket/Getty Images)

A reaproximação de Elon Musk com Donald Trump pode atrair marcas de volta ao X em 2025, mas com cautela. (LightRocket/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 10h20.

A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos está reconfigurando o cenário de mídia e publicidade nas redes sociais. Uma das plataformas que sentirá o impacto direto é o X, de Elon Musk. Fontes próximas ao mercado publicitário informaram ao Financial Times que várias marcas estão reconsiderando seus investimentos na plataforma, com um possível retorno estratégico para ganhar influência com Musk e o novo governo.

Os resultados financeiros da plataforma, que sofreu queda de receita após a aquisição de Musk, podem ganhar um impulso significativo com essa reviravolta. Dados indicam que o X viu seu tráfego atingir níveis recordes durante o dia das eleições e logo após o anúncio da vitória de Trump. No entanto, o X também enfrentou uma onda de desativações, com mais de 115 mil usuários nos Estados Unidos apagando suas contas na plataforma no dia seguinte ao resultado.

Uma oportunidade política para o X?

Com a proximidade entre Musk e Trump, o retorno de anunciantes está atrelado ao posicionamento político e ao potencial da rede em se tornar um canal quase oficial de comunicação governamental. Lou Paskalis, CEO da consultoria AJL Advisory, comentou que alguns anunciantes estão prontos para voltar ao X como forma de "alavancagem política".

A perspectiva de novas regulamentações também leva anunciantes a buscarem um bom relacionamento com Musk, que co-liderará um novo Departamento de Eficiência Governamental na administração Trump. A executiva Linda Yaccarino, do X, afirmou que a plataforma está “pronta para o dever”, indicando seu compromisso em se tornar uma voz relevante no cenário político.

Entretanto, a imagem de Musk não é suficiente para convencer todos os anunciantes. O X enfrenta resistência de marcas que consideram a plataforma um ambiente problemático, especialmente com a moderação reduzida e o tom de enfrentamento adotado por Musk, que, inclusive, já criticou publicamente empresas que pausaram seus anúncios.

Impacto no cenário de publicidade digital

Desde que Musk assumiu o controle da plataforma, o X tem lutado para atrair de volta as grandes marcas. Segundo estimativas do Sensor Tower, o investimento publicitário nos Estados Unidos pelos 100 maiores anunciantes do X caiu 68% na primeira metade de 2024 em comparação ao mesmo período de 2022, antes da aquisição. Apenas sete dos 200 principais anunciantes que saíram em 2022 retornaram à plataforma em 2024.

Em meio a essa turbulência, o X iniciou ações judiciais contra a Global Alliance for Responsible Media (Garm) e outros membros da indústria, acusando-os de boicote após a compra da rede. O Garm encerrou suas atividades em meio ao processo, alegando que as acusações afetaram suas operações.

Algumas marcas, no entanto, estão retornando gradualmente à plataforma. Em outubro, a Unilever retomou suas campanhas no X e foi prontamente removida do processo judicial movido pela plataforma. Outros anunciantes mencionaram uma pressão crescente para monitorar atentamente qualquer comunicação interna sobre Musk e o X após as ações legais.

O triunfo de Trump pode gerar um “novo fôlego” para o X e atrair novamente os anunciantes, que estarão em busca de canais influentes para dialogar com a administração. Richard Exon, fundador da agência Joint, destaca que "a vitória de Trump pode levar marcas a darem uma segunda chance ao X em 2025", mas alerta que será fundamental agir com “extrema cautela”.

Para Musk, a vitória de Trump e o possível retorno dos anunciantes representam uma oportunidade de recuperação financeira para o X, que espera uma receita de US$ 1,9 bilhão (cerca deR$ 10,92 bilhões) este ano, ainda abaixo dos US$ 4,5 bilhões (R$ 25,8 bilhões) alcançados antes da aquisição.
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