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AB InBev usa Rihanna e boates para emplacar Budweiser no Brasil

A maior cervejaria americana tenta convencer os consumidores a comprar cervejas mais caras

Para  ampliar sua liderança no mercado brasileiro, que beira os 70%, a empresa promoverá a Budweiser patrocinando eventos musicais, incluindo shows de Rihanna (Getty Images)

Para ampliar sua liderança no mercado brasileiro, que beira os 70%, a empresa promoverá a Budweiser patrocinando eventos musicais, incluindo shows de Rihanna (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2011 às 11h07.

Londres - A Anheuser-Busch InBev NV, maior cervejaria do mundo, quer promover a marca Budweiser em boates e restaurantes brasileiros inspirados na cultura americana, na tentativa de convencer consumidores a comprar cervejas mais caras.

A Budweiser foi lançada no País em 31 de agosto. Ela será promovida nesses locais com um logotipo em forma de gravata borboleta e o slogan em inglês “Great Times Are Coming”, disse Chris Burggraeve, diretor de marketing da AB InBev, em entrevista em Nova York. Ele não quis dizer quanto será investido no lançamento da marca.

A AB InBev quer ampliar sua liderança no mercado brasileiro, que beira os 70 por cento, obtida com as marcas Skol e Brahma. As chamadas cervejas premium representam apenas 5 por cento do mercado local, segundo a AB InBev, comparado à média global de 13 por cento. A Budweiser terá apelo entre consumidores dispostos a pagar mais para provar cervejas de países diferentes, disse Burggraeve.

“Muitos brasileiros nunca estiveram no exterior”, disse o executivo. “Estamos trazendo o exterior a eles. Eles têm sede de conhecer o mundo.”

A AB InBev também promoverá a Budweiser patrocinando eventos musicais, incluindo os shows da cantora Rihanna, e trabalhando com o que chama de “Buddies”, brasileiros famosos que ajudarão a aumentar o reconhecimento da marca, disse ele.

A Budweiser é aproximadamente 15 por cento mais cara que o a Skol e a Brahma e pode atrair pessoas com maior renda disponível, graças ao crescimento econômico. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto no Brasil é de 3,8 por cento em 2012, contra 2,2 por cento nos Estados Unidos, segundo dados compilados pela Bloomberg.


‘Não há crise’

Segundo Burggraeve, “não há crise” no Brasil. No segundo trimestre, a AB InBev vendeu 2,6 por cento menos cerveja no Brasil. A queda se explica pela menor expansão da renda disponível e pela base de comparação mais forte, por causa da Copa do Mundo no ano passado.

O aumento do salário mínimo vai provocar maior ganho na confiança do consumidor, enquanto a Copa do Mundo de 2014, da qual a Budweiser é um dos patrocinadores, deve dar impulso adicional à economia, ele disse.

O crescimento da população e as taxas relativamente baixas de consumo também podem embalar as vendas no País. No Brasil, o consumo de cerveja ficou perto de 65 litros por pessoa em 2010, disse a AB InBev, citando dados da empresa de pesquisas Plato Logic. Na campeã República Checa, o consumo é de aproximadamente 146 litros anuais por pessoa.

A expansão das vendas de cervejas premium, que oferecem maior margem de lucro, não prejudicará marcas como Skol e Brahma, disse Burggraeve. Mesmo assim, ele disse esperar que especialmente os consumidores de Skol, e de marcas da concorrência, optem por um produto mais caro e decidam provar a Budweiser.

Planos de expansão

“Podemos e iremos definir o mercado Premium”, disse ele, se recusando a comentar sobre as metas de crescimento de volume ou fatia de mercado.

A AB InBev, que vai abrir uma nova cervejaria em Pernambuco no quarto trimestre, planeja investir cerca de US$ 3,1 bilhões neste ano em sua expansão nos “principais mercados de crescimento”, incluindo Brasil e China, segundo informações divulgadas pela empresa em agosto. A companhia começou a vender Budweiser na Rússia no ano passado, e a fatia de mercado da marca agora é de 1 por cento no país.

A AB InBev quer tornar a Budweiser a “primeira e única verdadeira marca global de cerveja”, disse Burggraeve.

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