5 campanhas publicitárias que foram parar no Conar
Após a fúria de consumidores e do governo, marcas como Skol, Bombril, Nissan, McDonald's e Hope já tiveram de se explicar ao Conselho de Autorregulamentação Publicitária
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2011 às 05h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h30.
A campanha estrela por Gisele Bündchen para a marca de lingeries Hope foi acusada de denegrir a imagem da mulher. Nos filmes, lançados no dia 20 de setembro, Gisele aparece usando roupas íntimas para sugerir às mulheres brasileiras que usem a sensualidade na hora de dar uma notícia desagradável ao marido. Pouco mais de uma semana depois, o Conar já havia recebido cerca de 40 denúncias de consumidores e também um pedido de representação da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), e abriu um processo para investigar a propaganda. Em nota, a Hope se defendeu das acusações, dizendo que os exemplos citados nos filmes "nunca tiveram a intenção de parecer sexistas, mas sim, cotidianos de um casal". Na última quarta-feira (28), o Conar levou o polêmico caso a julgamento e, por fim, o arquivou por unanimidade de votos, argumentando que "os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina". O governo decidiu não recorrer da decisão. Vale dar uma olhada em comerciais-paródia criados pela Playboy e pelo site de traição Ashleymadison.com.var galeriaLinkVideo = ;
Lançada em julho, a campanha "Pôneis Malditos", da Nissan, foi, até agora, a que gerou mais buzz e mídia espontânea para a marca desde que deu início à sua agressiva estratégia de marketing. No filme, criado pela Lew’Lara/TBWA, a montadora deprecia motores concorrentes comparando-os a animados pôneis. Cantada pelos animaizinhos, a grudenta trilha sonora incluía um sarcástico "Te quiero" e apresentava uma "maldição", que podia ser desfeita por meio das instruções em um aplicativo lançado na versão online da ação. Com mais de 13 milhões de visualizações no YouTube e cerca de 500 comunidades criadas no Orkut, o comercial permaneceu no topo dos trending topics do Twitter durante dois dias inteiros no Brasil. No ranking global, também emplacou rapidamente. Depois de receber 30 denúncias, "Pôneis Malditos" passou a ser investigada pelo Conar por fazer a associação de figuras infantis - no caso, os pôneis em desenho animado - com a palavra "malditos". Julgada no final de setembro, a campanha escapou das punições do órgão por unanimidade de votos.var galeriaLinkVideo = ;
No início de setembro, o Conar reafirmou a decisão já tomada em julho deste ano, quando julgou e reprovou a campanha "Skol - Monstros do Pântano". O comercial, que mostrava três jovens bebendo cerveja e um suposto monstro atacando o trailer dos rapazes e roubando uma caixa da bebida, trazia atores maiores de idade, conforme comprovaram por documentação a AmBev e a FNazca, agência que criou o filme. O problema, segundo o Conar, foi que eles não tinham aparência de jovens maiores de idade. Por esse motivo, o órgão pediu à AmBev que alterasse o filme, trocando o atores. A AmBev recorreu da decisão. Julgada novamente, a representação teve a recomendação mantida pelo Conar, que justificou afirmando que o código de autorregulamentação publicitária recomenda que os atores que aparecem em peças publicitárias tenham idade maior do que 25 anos e também aparentem ter essa faixa etária.var galeriaLinkVideo = ;
Aberto em abril deste ano após uma denúncia do Instituto Alana, o processo questionava uma propaganda do McDonald's exibida durante os trailers do filme Rio. O comercial dizia que na compra de um combo do McLanche Feliz, a criança levaria um brinde de um dos personagens do filme. Para o Instituto Alana, tratava-se de uma ação abusiva, já que não havia clara delimitação entre as falas dos personagens do filme e os fins comerciais do anúncio. Após ser julgado, em junho, o caso teve arquivamento por unanimidade, fato que provocou a ira do Instituto Alana não só pela decisão contrária, mas pelo tratamento dado ao Instituto pelo Órgão, entendido como desrespeitoso, já que o texto que trazia a decisão dizia que o Alana era uma bruxa que "odeia criancinhas" e que, no Brasil, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, "McDonald's não é vício, é aspiração" Pela amplitude alcançada pelo caso e, segundo o Conar, por se tratar de um assunto que envolve crianças e adolescentes, o processo foi reaberto em julho e julgado novamente em setembro, quando foi arquivado.
De acordo com o Conar, a peça exibida pelo McDonald's antes do filme era claramente inserida como uma propaganda, motivo pelo qual entendeu-se que não havia possibilidade de haver confusão entre propaganda e filme.var galeriaLinkVideo =;
De acordo com o Conar, a peça exibida pelo McDonald's antes do filme era claramente inserida como uma propaganda, motivo pelo qual entendeu-se que não havia possibilidade de haver confusão entre propaganda e filme.var galeriaLinkVideo =;
Cerca de 300 pessoas - em que apenas 20 são mulheres - recorreram ao Conar contra os filmes da campanha "Mulheres Evoluídas", da Bombril. O número foi um dos recordes de reclamações já feitas na história do órgão. Nos comerciais, Dani Calabresa, Marisa Orth e Monica Iozzi satirizam os homens e ensinam lições de “adestramento" do sexo oposto. Os apelos pela retirada dos comerciais, vindos de todo o Brasil, consideravam os anúncios sexistas e discriminatórios contra homens. Aberto no dia 17 de março deste ano sem pedido de liminar, o processo foi julgado em 5 de maio, quando, por decisão unânime, decidiu-se pela manutenção dos filmes no ar. Pela quantidade de reclamações recebidas pelo Conar, no entanto - e como elas continuaram após o primeiro julgamento -, o órgão voltou a examinar o caso em julho, quando a decisão do dia 5 de maio foi reafirmada. De acordo com o julgamento do Conar, os comerciais são bem-humorados e usam recursos próprios da publicidade, como o exagero, sem demonstrar riscos aos consumidores.var galeriaLinkVideo =;
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