Invest

Luiz Barsi: investidor tem que ter malícia para fisgar oportunidades

Bilionário conhecido como 'Rei dos Dividendos' explica a tese que o levou a ampliar as posições em ações da Cielo e do IRB Brasil

Luiz Barsi, um dos investidores brasileiros mais bem-sucedidos na bolsa, em entrevista à EXAME Invest | Foto: Gunther de Werk/EXAME (Gunther de Werk/Exame)

Luiz Barsi, um dos investidores brasileiros mais bem-sucedidos na bolsa, em entrevista à EXAME Invest | Foto: Gunther de Werk/EXAME (Gunther de Werk/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 18 de novembro de 2021 às 06h20.

Última atualização em 18 de novembro de 2021 às 12h19.

Com uma fortuna avaliada em cerca de 2 bilhões de reais, conquistada com investimentos em ações, Luiz Barsi Filho, 82 anos, se tornou referência no mercado. Com mais de 50 anos de experiência, ele é um dos maiores investidores pessoa física da bolsa brasileira.

O foco do economista é comprar ações de empresas que tenham excelentes projetos e que sejam boas pagadoras de dividendos. Não à toa, ele é conhecido como "Rei dos Dividendos". Em sua carteira de ações estão empresas como Unipar (UNIP6), Klabin (KLBN11), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3).

Na contramão de boa parte dos investidores, Barsi tem comprado ações da Cielo (CIEL3) e do IRB Brasil (IRBR3). Em entrevista exclusiva, ele explicou os motivos para apostar nos dois papéis -- ambos acumulam queda de mais de 40% neste ano. O investidor recebeu a EXAME Invest na sede do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP).

Assista ao vídeo da entrevista com Luiz Barsi:

yt thumbnail

Barsi afirma que a cotação atual dos papéis da Cielo, na casa dos 2,50 reais (fechou a 2,23 reais nesta quarta, dia 12), não reflete o valor da companhia. Segundo ele, após a empresa reverter o prejuízo causado principalmente pela redução nos meios de pagamento devido à pandemia, a ação só segue pressionada por causa do volume elevado de aluguel de ações.

“Os fundos não querem que o investidor compre. Eles estão locados e vendidos e isso pressiona o preço para baixo. Os investidores querem comprar. O investidor pessoa física tem que ter um pouco de malícia e saber avaliar a situação com um sentimento de desconfiança.”

De acordo com o economista, em 2019, as ações da Cielo custavam cerca de 25 reais e ela tinha resultado trimestral de R$ 1 bilhão. Hoje, apesar do aumento da concorrência em meios de pagamento, a Cielo reverteu prejuízo e apresentou resultado de 600 milhões de reais nos últimos seis meses, mas a cotação do papel não subiu. “Ela não vale 2 reais. É por isso que eu estou comprando.”

Aprenda o método das 3 contas e consiga uma renda mensal vitalícia de R$ 4.700

Outra aposta do investidor é na resseguradora IRB Brasil. O bilionário enfatiza que a companhia superou problemas de governança e passará apresentar resultado positivo. No terceiro trimestre deste ano, a empresa reportou prejuízo líquido de 155,7 milhões de reais, frente a um prejuízo líquido de 215,6 milhões de reais em igual período de 2020, o que representa uma redução de 27,8% no período.

“O problema de má gestão não existe mais na empresa. A resseguradora tem um custo operacional muito menor do que as seguradoras. Ela não tem que captar e já tem o produto. A quantidade de sinistros que tivemos com a pandemia vai reduzir e, com isso, a IRB terá resultados positivos”, afirmou o experiente investidor.

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME

Acompanhe tudo sobre:AçõesAluguel de açõesBilionáriosBilionários brasileirosbolsas-de-valoresCieloIRBluiz-barsiMercado financeiro

Mais de Invest

ETF da Argentina bate recorde de investimentos e mostra otimismo de Wall Street com Milei

Ibovespa avança à espera de fiscal e bolsas americanas perdem força após ata do Copom

BC comunica vazamento de dados de 1,3 mil chaves do Pix, o 12º do ano

B3 lança novo índice que iguala peso das empresas na carteira