Black Friday 2023: interesse pela data mais que dobra, segundo dados do Google (Google/Reprodução)
Repórter de finanças
Publicado em 25 de outubro de 2023 às 17h16.
Faltando exatamente um mês para a Black Friday, o Google revelou durante um evento nesta quarta-feira, 25, que o apetite dos brasileiros pela Black Friday está a todo vapor. De acordo com dados da gigante de tecnologia, 24 categorias de varejo cresceram em buscas na última semana, tanto em relação ao mesmo período de 2022, quanto em relação às semanas anteriores.
O movimento não é incomum à medida que a data se aproxima. Contudo, o que chama a atenção são as categorias que mais cresceram em buscas. Ar e ventilação (65%) e suplementos alimentares (24%) foram as duas categorias que mais cresceram nas pesquisas no período analisado. Na sequência, aparecem as categorias Automotivo (21%), Eletroportáteis (21%) e Casa e construção (20).
Apesar de terem volume de buscas menores que as categorias tradicionais, os dados mostram que há um aumento no interesse dos consumidores por itens diversos. Para Fábio Garcia, head de negócio para varejo do Google Brasil, o movimento é um resultado de duas vias, em que os brasileiros estão ficando mais acostumados a pesquisar online e as empresas estão disponibilizando mais produtos nas plataformas digitais.
“Os consumidores têm pesquisado mais desde a pandemia, já que todos estavam dentro de casa e eram obrigados a pesquisar. Ele pesquisando mais, começa a buscar todos os tipos de categoria e a entender que, no digital, ele pode buscar não só coisas que ele vai comprar. É um encontro de oferta e demanda, o que gera um amadurecimento do consumidor”, explica Garcia.
Os suplementos alimentares deram o primeiro passo e entraram na barra de pesquisa dos consumidores, segundo os dados internos do Google. Mas um novo estudo da gigante de tecnologia revelou que os eletrônicos (69%) seguem como o queridinho das pretensões de compra para a data. Dentro deles, o favoritismo acontece nas seguintes subcategorias: eletrodomésticos (30%), celulares (28%) e eletroportáteis (27%).
A pesquisa, também divulgada durante a coletiva contou com 2 mil pessoas das classes A, B e C, que declararam conhecer e não rejeitar a Black Friday. O estudo foi encomendado pelo Google à Offerwise e teve uma primeira rodada em julho e outra agora em outubro. Ao contrário do levantamento dos dados internos do Google, a pesquisa é baseada em respostas de entrevistas por meio de questionário online.
Os números internos também mostraram um recorde de interesse: as buscas no Google pela Black Friday aumentaram 114% no terceiro trimestre de 2023, em comparação com o terceiro trimestre de 2022. “Depois da pandemia, nós observamos esse crescimento contínuo, que resulta agora no recorde deste trimestre pré Black Friday”, comenta Garcia.
O interesse pela data, segundo o porta-voz, se relaciona com um resultado da pesquisa com a Offerwive. O estudo mostra que há uma perspectiva mais otimista de cada consumidor em relação à própria situação financeira. De acordo com os resultados, 68% declaram acreditar que sua situação financeira vai melhorar até o final do ano, enquanto 24% afirmaram que vai ficar igual e apenas 4% acreditam em uma piora.
A análise também mostra que os níveis de definição aumentaram em todas as categorias. Ou seja, os consumidores decidiram quais produtos querem comprar, mas não decidiram qual empresa ou de qual marca. Por conta disso, o especialista do Google destaca: “Há uma oportunidade das marcas influenciarem onde eles vão comprar. Faltando um mês, ainda dá para as empresas trabalharem aspectos de decisão do consumidor.”
Em resposta ao dado, representantes de grandes varejistas, que estavam presentes na mesa-redonda do evento, anunciaram que as respectivas empresas apostam em diversas estratégias para atrair novos clientes ou oficializar os que já estão no funil, no último mês pré Black Friday. Segundo os convidados, todas companhias estão otimistas com a data neste ano e buscam quebrar recordes de receita, contudo, seguem mais cautelosos e destacam que essa não será mais uma “Black Friday a todo custo.”
“Estamos visando o machine learning, porque é tanto volume, que é impossível tocar isso manualmente. O que vai nos diferenciar da concorrência é carregar os nossos dados e ensinar a máquina qual o principal consumidor que o Google quer perseguir”, destaca Gabriel Gomes, diretor de D2C da Electrolux para a América Latina.
Já Júlia Chagas, diretora de marketing e student experience da Alura, conta que a edtech está investindo na produção de conteúdo gratuito. “Investimos muito na produção de podcast, de vídeo, temos também imersão. Nisso, conseguimos atrair muitas pessoas e, em conjunto, temos um trabalho forte com influenciadores, para o reforço de marca.”
Fábio Angelis, head de business e CRM da FISA, distribuidora da Nike no Brasil, comenta que, no mundo dos artigos esportivos, o efeito Black Friday acontece de forma diferente: “A gente tem uma jornada expandida. Pós Black Friday no ano passado, no Natal, continuou muito forte a busca. Essa seção toda de 60 dias é muito importante para a captura de novos clientes. Na Black Friday, a gente busca mostrar o que eles terão de oportunidade. E em novembro e dezembro aumentar a quantidade de novos consumidores."
Camila Armstrong, coordenadora de performance da Zee.Dog, conta que, no ano passado, mídia paga trouxe 65% da receita da Black Friday para a empresa. “O desafio esse ano é crescer em torno de 4% comparado ao ano anterior. Nossa base de clientes é muito fiel e nós alimentamos eles com conteúdos durante o ano inteiro. Com essa confiança, os canais de vendas conseguem se sobressair. Apesar de estarmos concorrendo com varejistas imensas, para 2023 as expectativas continuam sendo otimistas.”