Open Investment: o que é e quais as vantagens para investidores
Ferramenta é a nova modalidade do Open Finance e permite que usuário compartilhe informações sobre seus investimentos
Repórter de finanças
Publicado em 2 de outubro de 2023 às 12h19.
Quem é cliente de alguma instituição participante do Open Finance pode compartilhar informações sobre seus investimentos.O Open Investment, nova etapa do sistema financeiro aberto, está ativa desde quinta-feira, 28, e só ocorre caso o cliente autorize.
Segundo Matheus Rauber Coradin, assessor sênior do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central (BC), o objetivo desse compartilhamento é abrir a possibilidade para as instituições poderem oferecer produtos e serviços que sejam mais adequados aos clientes, facilitando o gerenciamento individual financeiro.
“Um dos possíveis benefícios é maior facilidade e agilidade para consolidar os dados de investimentos dispersos em várias instituições custodiantes - instituições que intermedeiam operações de compra e venda de ativos. Outra vantagem é poder receber melhores ofertas em termos de taxas de rentabilidade e também aconselhamento mais preciso sobre gestão da carteira”, explica Coradin em nota.
Desde o primeiro semestre de 2023, as instituições participantes já divulgam as características dos produtos de investimento que comercializam. Contudo, o Open Finance ainda não contava com a possibilidade inversa, dos clientes compartilharem seus dados.Já a quarta fase da iniciativa, prevista para 2024, ainda contemplará dados sobre câmbio e credenciamento.
O Banco Central também destaca que a implementação do compartilhamento de dados de investimento no Open Finance por parte de instituições autorizadas pela autarquia, em especial bancos, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, não depende de regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Entenda tudo sobre o Open Investment
Quais são as informações que serão compartilhadas?
As informações compartilhadas são referentes a produtos e serviços relacionados aos investimentos, bem como produtos bancários tradicionais, pagamentos e transferências entre instituições, como:
- Certificado de Depósito Bancário (CDB);
- Recibo de Depósito Bancário (RDB);
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI);
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
- Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI);
- Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
- Debêntures;
- Títulos públicos federais disponibilizados pelo Tesouro Direto;
- Cotas de fundos de investimento (renda fixa, ações, cambial e multimercado);
- Ações;
- Cotas de fundos de índices listados em bolsa de valores.
Como ativar?
Para quem deseja participar, basta acessar o aplicativo ou internet banking da sua instituição financeira e procurar pelo Open Finance no menu de opções. Na ferramenta, o cliente consegue autorizar que o banco busque seus dados de investimentos que estão em outras custodiantes.
Segurança
O Banco Central informa que não existe um aplicativo específico ou necessidade de cadastro para o compartilhamento, além de não haver uma plataforma centralizada por motivos de segurança.
Sendo assim, as instituições participantes somente poderão compartilhar dados e serviços de clientes que tenham solicitado o compartilhamento após as seguintes etapas:
- Consentimento;
- Autenticação;
- Confirmação.
Quem participa?
A princípio, a oferta do Open Investment será feita pelas instituições participantes que já atuam na modalidade de compartilhamento de dados no Open Finance - como os grandes bancos. Contudo, Rauber informa que o Banco Central está “trabalhando para ampliar o escopo, tornando obrigatória a participação de instituições que são representativas no segmento de investimentos e que são autorizadas a funcionar pela autarquia”.