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Remy Sharp
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Um estudo divulgado nesta segunda-feira, 28, realizado pela Ipsos a pedido da TecBan mostra que a adesão de brasileiros ao Open Finance tem crescido. De acordo com o levantamento, 52% dos entrevistados estão dispostos a compartilhar dados, enquanto em 2018, quando o levantamento começou, esse número era de 39%. O Banco Central lançou o Open Finance para a população em 2022.

Em entrevista à EXAME, Tiago Aguiar, superintendente de novas plataformas da TecBan, avalia que os dados mostram que "as pessoas começam a entender cada vez mais os benefícios de compartilhar dados". Ele destaca, ainda, que houve uma redução na preocupação das pessoas sobre a forma como os dados serão usados: o número caiu de 60% em 2018 para 34% em 2023.

Para ele, esse resultado é uma consequência "das pessoas verem os produtos que são gerados" a partir do compartilhamento de dados com instituições financeiras. Além disso, ele Aguiar projeta que, conforme o Open Finance avança e gera novos serviços e aplicações, a tendência é que o movimento de abertura ao sistema seja "cada vez mais positivo".

A evolução do Open Finance

Na visão do executivo da TecBan, o Open Finance possui "diferenças grandes" em relação ao Pix, outro sistema lançado pelo Banco Central na área de digitalização financeira. Isso explicaria o fato de que, mesmo com o crescimento, a popularidade do projeto ainda não é tão grande quanto ao do "irmão".

"O Pix envolve pagamento, algo do dia a dia, então isso muda o comportamento mesmo. Quando ele foi lançado, foi de forma pronta. O Open Finance envolve fases. A gente também não usa no dia a dia, só em determinados momentos na sua jornada como cliente bancário, como para empréstimo, investimento. Não dá para comparar", afirma.

Um ponto essencial no caso do sistema de compartilhamento de dados financeiros é que ele "ainda não acabou, está em desenvolvimento". Atualmente, o projeto está na fase 4, que envolve também a avaliação das três etapas anteriores. Por isso Aguiar acredita que o desenvolvimento do sistema ainda vai se estender pelo resto de 2023 e ao longo de 2024.

"Quando estiver totalmente desenvolvido, a população vai ver mais soluções no dia a dia. Então é algo mais de médio e longo prazo", explica. Mesmo assim, o executivo pontua que o mercado tem lançado, cada vez mais, novos casos de uso: "as instituições têm sido mais criativas, dos bancos maiores aos digitais, cada um aproveita de uma forma".

Em geral, Aguiar divide as aplicações do Open Finance em alguns grupos gerais. O primeiro é a "gestão financeira pessoal, que é ver saldos em um único aplicativo. Isso já é uma grande transformação, você não precisa ficar entrando em vários. Outra coisa bem interessante é na iniciação de transação de pagamento, que é você poder usar dinheiro de um banco por outro app. É algo que está sendo bem explorado, e também em compras na internet".

Com isso, o superintendente da TecBan avalia que o Open Finance começa a "entrar no dia a dia", o que resulta em uma utilização maior conforme as pessoas veem as vantagens de compartilhar dados para ter produtos mais personalizados. "Depois que passar de 2024, o desafio vai ser criar soluções. Isso vai demandar parcerias entre bancos, startups, fintechs, diferentes players, e criar casos de utilização no dia a dia", defende.

A expectativa do executivo é que o uso do sistema resulte em casos como o de "marketplace de crédito", em que diferentes instituições financeiras poderão oferecer propostas de financiamento e empréstimo personalizadas ao cliente, que então escolherá a que achar mais vantajosa. Há, ainda, aplicações em áreas como seguros e investimentos, com a mesma lógica.

"O objetivo do Open Finance é beneficiar o consumidor. Quanto mais informações são trocadas, melhor as instituições conhecem o consumidor. Se você tem contas distribuídas em diversos bancos, a instituição só consegue ver uma foto. Se vê o filme inteiro da vida financeira, consegue oferecer algo personalizado", comenta.

No caso da TecBan, Aguiar explica que o foco da empresa foi de criar uma "plataforma de infraestrutura as a service", que ajuda empresas na conformidade com as regras do sistema definidas pelo Banco Central, envolvendo aspectos como segurança e processamento dos dados dos clientes. Lançada em 2018, a plataforma deve contar com novidades.

"Agora, estamos olhando no que a gente pode agregar aos nossos clientes. A gente já ajudou o cliente a ser mais eficiente e reduzir custos, agora estamos indo para um lado como gestor de finanças pessoais, oferecer uma iniciação de pagamentos. A ideia é oferecer serviços para que o banco não precise fazer", destaca.

E o crescimento do Open Finance, tanto o concretizado quanto o previsto, coloca o Brasil na ponta dos sistemas de Open Banking ao redor do mundo, na visão do executivo. "O Brasil está muito avançado. O sistema financeiro brasileiro sempre foi avançado, desde sempre. Não é diferente no Open Finance. A ideia por trás desses sistema começou na Europa, e a nossa  inspiração foi o Reino Unido".

"Hoje, a gente passou o Reino Unido em números de chamadas, utilização. Estamos em primeiro lugar do mundo em termos de utilização, mesmo ainda estando com fases por implementar. Então o Brasil está na liderança desse movimento, e com o regulador estimulando isso, estabelecendo prazos", ressalta o executivo da TecBan.

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