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Influenciadoras de Wall Street: como elas estão democratizando as finanças pessoais

Influenciadoras de finanças usam redes sociais para ensinar jovens a administrar dinheiro e investir, tornando o mundo das finanças mais acessível

Influenciadoras de finanças simplificam o mundo financeiro para milhões de seguidores nas redes sociais.

Influenciadoras de finanças simplificam o mundo financeiro para milhões de seguidores nas redes sociais.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 11 de novembro de 2024 às 12h03.

Em um cenário dominado por grandes bancos, consultores e canais de notícias especializados, um novo grupo de especialistas em finanças pessoais está ganhando espaço e atraindo milhões de seguidores. Chamadas de “influenciadoras de Wall Street,” essas mulheres, muitas com experiência no setor financeiro, utilizam plataformas como TikTok, Instagram e YouTube para simplificar o mundo das finanças e torná-lo acessível a jovens que, de outra forma, poderiam achar o tema complicado ou distante. Este movimento tem transformado a educação financeira, tornando conceitos como investimentos, crédito e economia mais próximos e, para muitos, mais atraentes. A reportagem é do The New York Times.

Em vez de uma abordagem técnica e tradicional, essas influenciadoras adotam uma linguagem direta, abordagens visuais modernas e humor para conquistar um público majoritariamente jovem. Essa tendência tem atraído cada vez mais pessoas, que se identificam com influenciadoras que falam a mesma língua e apresentam temas complexos de forma prática. É um fenômeno que não apenas facilita o entendimento financeiro para o público, mas também cria uma nova imagem para o mercado, rompendo estereótipos.

Por que elas estão fazendo sucesso?

Parte do sucesso dessas influenciadoras se deve ao fato de que elas criam um ambiente de aprendizado onde o público pode se sentir confortável, sem o receio de parecer que não entende do assunto. Em suas redes, muitas utilizam termos coloquiais e apelidos engraçados para figuras do mercado financeiro – como “Fed Daddy” para se referir ao presidente do Federal Reserve – e trazem dicas de finanças que se aplicam ao cotidiano dos seguidores, como melhores formas de economizar, investimentos acessíveis e até questões práticas, como evitar taxas bancárias.

A popularidade dessas influenciadoras também aponta para uma lacuna na educação financeira tradicional. Estudos mostram que mulheres, minorias e jovens de baixa renda historicamente possuem menos educação financeira formal do que o público masculino branco. Essa diferença é ainda mais evidente em conteúdos sobre investimentos e gestão de patrimônio, áreas onde as influenciadoras buscam democratizar o acesso e preencher a lacuna. Elas ajudam a construir a confiança dos seguidores ao fornecer uma visão realista e acessível de como administrar o próprio dinheiro, investir e planejar o futuro financeiro.

O impacto nas redes e no mercado financeiro

As influenciadoras de Wall Street são mais do que apenas uma tendência digital; elas estão moldando como os jovens entendem e interagem com o mercado financeiro. Contas como a da “Your Rich BFF” e de outras influenciadoras que produzem conteúdo de finanças para o público jovem têm milhões de seguidores, e cada vídeo publicado alcança audiências que vão desde estudantes até profissionais iniciantes. Com explicações que variam de como montar uma reserva de emergência até o funcionamento de investimentos de longo prazo, essas contas ajudam as novas gerações a tomar decisões mais informadas.

O impacto desse movimento não passou despercebido. Muitas influenciadoras foram convidadas a participar de conversas com autoridades governamentais, incluindo encontros na Casa Branca, para discutir políticas econômicas e educar o público sobre novas legislações. Esse reconhecimento destaca a importância de tornar as finanças mais acessíveis e evidencia o potencial que essas influenciadoras têm para influenciar decisões financeiras de seus seguidores.

Os desafios e os riscos do conteúdo patrocinado

A presença das influenciadoras no mundo das finanças também traz desafios. Com grande parte da receita proveniente de acordos com empresas de serviços financeiros e de produtos de consumo, existe o risco de que algumas possam promover conteúdos influenciados por interesses comerciais. Isso coloca uma responsabilidade sobre as influenciadoras de manterem a transparência e de divulgarem quando os conteúdos são patrocinados. Para o público, é importante entender que, embora o conteúdo ofereça valor educacional, ele nem sempre substitui o aconselhamento profissional de um consultor financeiro certificado.

Ainda assim, muitas dessas influenciadoras têm se destacado pelo compromisso com a transparência e pela dedicação em educar o público de forma ética. Elas frequentemente reforçam que seu conteúdo visa facilitar o entendimento de tópicos financeiros e incentivam o público a buscar ajuda profissional em momentos de decisão complexa.

O futuro das influenciadoras de Wall Street

O movimento das influenciadoras de finanças deve continuar crescendo, especialmente à medida que novas gerações buscam autonomia financeira e educação prática para lidar com os desafios econômicos. Em uma época em que as redes sociais são a principal fonte de informação para muitos jovens, influenciadoras de Wall Street têm a oportunidade de moldar o futuro da educação financeira, oferecendo conteúdos que empoderam e educam, sempre com um toque de modernidade.

Essas influenciadoras provam que, mesmo no mercado financeiro, há espaço para inovação, diversidade e inclusão. Ao quebrar barreiras e tornar o conteúdo acessível para todos, elas abrem caminho para uma nova era em que a educação financeira é, finalmente, democrática.

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