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Wall Street começará a adotar liquidação D+1 a partir desta terça-feira

A mudança tem como objetivo reduzir o risco no sistema financeiro; porém ainda existem algumas preocupações

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 28 de maio de 2024 às 07h05.

Última atualização em 28 de maio de 2024 às 09h08.

A terça-feira será um dia histórico para o mercado acionário norte-americano. A partir desta data, 28 de maio, Wall Street vai adotar a liquidação no dia seguinte para as negociações de ações. É a maior "velocidade" para esta ação desde os anos 20 do século passado.

Estimulada pelo episódio especulativo com a GameStop no início de 2021, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, em inglês) adotou regras no ano passado para reduzir isso tempo até um dia útil, conhecido no setor financeiro como D+1.

O novo prazo de liquidação também ocorreu no Canadá, México e Argentina na segunda-feira. No Brasil ainda são 2 dias úteis para ordens de ações executadas.

A mudança para o sistema conhecido como D+1  tem como objetivo reduzir o risco no sistema financeiro. Segundo a Bloomberg, existem preocupações sobre potenciais problemas iniciais, incluindo o fato de os investidores internacionais poderem ter dificuldades em obter dólares antecipadamente, fundos globais movimentarem-se a velocidades diferentes para os seus ativos e todos terem menos tempo para corrigir erros.

A esperança é que tudo corra bem, mas até a SEC disse na semana passada que a transição pode levar a um “aumento de curto prazo nas falhas de liquidação e desafios para um pequeno segmento de participantes do mercado”.

Empresas de todo o espectro vêm se preparando há meses para o novo funcionamento do mercado dos EUA, realocando funcionários, ajustando turnos e reformulando fluxos de trabalho.

Transição desafiadora

Não é a primeira vez que Wall Street passa por uma transição deste tipo, mas os profissionais da indústria dizem que será a mais desafiadora.

A era D+1 da década de 1920 – uma década apelidada de “os estrondosos anos 20”, em parte devido ao incrível desempenho do mercado de ações – terminou porque a natureza manual das transações significava que era impossível acompanhar o aumento da atividade comercial. O prazo de liquidação acabou sendo adiado para cinco dias. Esse número foi reduzido para três após a crise da Segunda-Feira Negra de 1987, e depois para dois dias em 2017 para melhor refletir o mercado moderno.

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