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Volatilidade deve continuar em mercados emergentes, diz BlackRock

A maior gestora de ativos do mundo afirma que o cenário atual lembra a turbulência de 2013

BlackRock: prefere a África do Sul em vez do Brasil, o México em vez da Colômbia e a Polônia no lugar de seus pares regionais (Brendan McDermid/Reuters Brazil)

BlackRock: prefere a África do Sul em vez do Brasil, o México em vez da Colômbia e a Polônia no lugar de seus pares regionais (Brendan McDermid/Reuters Brazil)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 2 de março de 2021 às 13h49.

Não há um fim imediato à vista para investidores de títulos sendo puxados de um lado pela demanda por risco e por outro pelas ondas vendedoras que lembraram a turbulência de 2013, de acordo com a maior gestora de ativos do mundo.

Sergio Trigo Paz, responsável por dívida de mercados emergentes da BlackRock em Londres, disse que está preparado para uma repetição de janeiro e fevereiro, quando ativos dos países em desenvolvimento flutuaram de várias semanas de um “cenário Cachinhos Dourados” para várias semanas de turbulência causada pelo aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.

“É contra-intuitivo, mas no momento do pico dos Cachinhos Dourados você tem que vender risco e, no momento de maior redução, você precisa comprar”, disse em referência à possibilidade de retirada dos estímulos.

A BlackRock está entre um grupo de investidores e estrategistas de empresas como Ashmore e Morgan Stanley segundos os quais os títulos de mercados emergentes não terão o mesmo destino de 2013, mesmo depois de passar pela pior semana desde setembro.

Há várias diferenças dignas de nota, disse Trigo Paz. Por um lado, a aposta nessa classe de ativos não é tão popular como naquela época. Em segundo lugar, os fundamentos econômicos dos chamados Cinco Frágeis, os que mais foram atingidos há oito anos, em geral melhoraram. Ao mesmo tempo, o estímulo fiscal impulsionará a demanda por commodities, os preços do petróleo tendem a subir e o dólar pode se desvalorizar, afirmou.

Com esse pano de fundo, Trigo Paz aposta em títulos de alto rendimento de exportadores de petróleo como Angola, Gabão e Rússia contra seus homólogos da Argentina e do Equador, que passaram por reestruturações de dívida no ano passado.

Ele também prefere a África do Sul em vez do Brasil, o México em vez da Colômbia e a Polônia no lugar de seus pares regionais. Outra estratégia é comprar moedas de países em desenvolvimento financiadas com dólar, iene, euro ou franco suíço.

Trigo Paz ajuda a administrar portfólios como o BlackRock Strategic Funds - Emerging Markets Flexi Dynamic Bond Fund, com ativos de US$ 1,6 bilhão. O fundo registrou retorno de 8,1% nos últimos 12 meses, superando 95% dos pares, e mostra ganho anualizado de 6% nos últimos cinco anos, um desempenho superior a 78% de suas contrapartes.

“No ano passado, passamos por um furacão muito violento que atingiu todos os países”, disse. “Os países frágeis entraram em default ou se reestruturaram. Todos os outros passaram por um ‘crash test’ e ou superaram, ainda estão em dificuldades ou em uma posição melhor hoje.” Segundo ele, ao longo do próximo ano, o cenário para a maioria ainda é incerto.

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