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Super Quarta: o que esperar das decisões do Copom e do Fed nesta semana

Bancos Centrais brasileiro e americano divulgam os próximos passos da política monetária

Juros: expectativa no Brasil é por mais um corte de 0,5 p.p. na Selic (marchmeena29/Getty Images)

Juros: expectativa no Brasil é por mais um corte de 0,5 p.p. na Selic (marchmeena29/Getty Images)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 19 de setembro de 2023 às 06h05.

A trajetória dos juros é o grande foco dos investidores nesta semana, marcada por decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. As reuniões dos BCs começam nesta terça-feira, 19, e ambas as decisões serão anunciadas amanhã – evento conhecido no mercado como “Super Quarta”. 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a decisão da taxa básica de juros brasileira, a Selic, na quarta após o fechamento do mercado.

Já o Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed) responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos, apresenta sua decisão no mesmo dia às 15h (horário de Brasília). As atenções, no entanto, devem ficar com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, às 15h30, detalhando a decisão do Fomc.

O que esperar da decisão do Copom

A expectativa praticamente unânime do mercado é que o Copom mantenha o ritmo de corte de juros em 0,5 ponto percentual (p.p.), reduzindo a Selic para 12,75% ao ano. A decisão já vinha sendo precificada após o Copom indicar na reunião passada que manteria a mesma magnitude de cortes.

A grande questão é o tom do comunicado, que pode indicar os próximos passos da autoridade monetária. Embora a inflação esteja arrefecendo, analistas destacam que existem outras variáveis preocupantes na mesa, como a alta no rendimento (yield) dos títulos do tesouro americano, as treasuries, bem como a piora nas expectativas para a economia chinesa. 

“Todos esses eventos contribuíram para uma desvalorização do real em comparação com o começo de agosto. Portanto, a evolução no contexto geral foi mais negativa desde a última reunião, o que reforça que o Copom deve manter seu discurso de que a barra está alta para uma aceleração do ritmo de corte da Selic, já antecipando uma redução de 0,5 p.p. na reunião de novembro”, afirmaram, em relatório, os analistas da Guide Investimentos.

Existe, no entanto, uma expectativa de aceleração no ritmo de cortes no final do ano, na última reunião de 2023.  “Para além da reunião que se aproxima, acreditamos que a dinâmica mais benigna da inflação de serviços, assim como a esperada desaceleração da economia (que deve ficar mais evidente ao longo da segunda metade do ano), devem permitir cortes maiores a partir de dezembro, bem como um ciclo mais profundo”, informou o Itaú BBA em relatório. A expectativa do banco é de que a Selic encerre 2023 em 11,5% ao ano e 9% em 2024.

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O que esperar da decisão do Fomc

Nos Estados Unidos, a expectativa é por manutenção da taxa de juros no patamar atual, no intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano.  Segundo o monitor do CME Group, 99% das projeções apontam nessa direção. Fica em aberto a posição do Fomc na reunião seguinte, em novembro, que pode trazer mais uma alta de juros. As atenções vão ficar com o comunicado e com o discurso de Powell na sequência da decisão.

“O comunicado deve deixar intacto o viés hawkish [favorável a juros mais altos] que tem estado presente desde a reunião de maio. Acreditamos que a mediana para este ano deve apontar mais uma alta remanescente, embora existam chances de que não ocorra a necessidade de uma nova elevação [dos juros]”, afirmaram os analistas do JPMorgan em relatório.

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