Bandeiras da China e Hong Kong exibidas juntas nesta segunda-feira ((Photo by Peter PARKS / AFP)/AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 30 de setembro de 2024 às 06h14.
Última atualização em 30 de setembro de 2024 às 08h05.
O índice CSI 300 da China começou a semana com forte alta de 8,48% (seu melhor dia desde setembro de 2008), impulsionado por ações de saúde e tecnologia. O resultado marcou uma sequência de nove dias seguidos de resultados positivos.
Alguns dados divulgados nesta segunda merecem destaque: o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) chegou a 49,8 em setembro, melhor do que os 49,5 esperados pelos economistas pesquisados pela Reuters. No entanto, isso marcou o quinto mês consecutivo de contração para o setor industrial na China.
Já Caixin PMI, que é uma pesquisa privada compilada pela S&P Global, relatou que o PMI industrial caiu de 50,4 para 49,3 em setembro, abaixo dos 50,5 esperados pela pesquisa da Reuters.
A pesquisa Caixin também marcou o declínio mais rápido na indústria em 14 meses.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 2,43% impulsionado por ações de consumo.
No Japão, o Nikkei teve forte queda de 4,8% em razão de perdas com ações imobiliárias e uma queda de 10,64% nas ações das lojas de departamentos Isetan Mitsukoshi Holdings.
Investidores também se desanimaram com o desempenho econômico do país: a produção industrial caiu 4,9% ano a ano em agosto, mais do que a queda de 0,4% no mês anterior.
Em uma base mensal, a produção industrial caiu 3,3%, um declínio bem mais acentuado do que os 0,9% esperados em uma pesquisa da Reuters e comparado com o aumento de 3,1% em julho.
As vendas no varejo do Japão em agosto subiram 2,8% ano a ano, superando as estimativas da pesquisa da Reuters de um aumento de 2,3% e acima de um aumento revisado de 2,7% em julho.
Além disso, o mercado ainda está "digerindo" a vitória de Shigeru Ishiba para premiê do país - Ishiba já deu sinais de que não que não vai tomar uma posição mais firme pelo corte nos juros.
Na Austrália, o índice S&P/ASX 200 subiu 0,7%, atingindo 8.269,8 pontos, seu maior resultado da história.
Os mercados estão se encaminhando para o último trimestre à medida que a perspectiva econômica global melhora após as medidas de estímulo da China e os bancos centrais da Indonésia à Europa e aos EUA começam a cortar as taxas de juros para apoiar o crescimento.
Os rendimentos do Tesouro e o dólar foram pouco alterados na segunda-feira, com os investidores apostando que o Fed permanecerá no caminho para mais cortes de taxas nos próximos meses.
As tensões no Oriente Médio, por ora, não alteraram a cotação do petróleo - o Bret tinha alta de 0,78%, a US$ 72 o barril. A grande expectativa é de como o Irã responderá ao assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
A embaixada do Irã em Beirute disse que os ataques de Israel são uma escalada perigosa e trarão a punição apropriada. O presidente Masoud Pezeshkian, no entanto, não chegou a prometer um ataque direto e imediato a Israel em retaliação.
Nsta semana, os traders também estarão prestando muita atenção à inflação da zona do euro e os dados da atividade industrial devem ser divulgados antes do relatório de empregos dos EUA na sexta-feira, que ajudará a avaliar a perspectiva de cortes nas taxas do Federal Reserve até o final do ano.