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Discursos de Magda e Galípolo, IPCA-15, dados fiscais do Brasil e falas do Fed: o que move o mercado

Mercado também acompanha divulgação de dados fiscais do Brasil de abril. Em março, o governo central registrou um déficit de R$ 1,527 bilhões

Radar: mercado repercute entrevista de Magda Chambriard (ANP/Divulgação)

Radar: mercado repercute entrevista de Magda Chambriard (ANP/Divulgação)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 28 de maio de 2024 às 08h40.

Última atualização em 28 de maio de 2024 às 08h54.

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta terça-feira, 28. Na volta do feriado "Memorial Day", os índices futuros dos Estados Unidos variam sem direção única à espera de falas de dirigentes locais do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Na Ásia, as bolsas asiáticas encerraram os negócios em baixa, na esteira da baixa liquidez de Nova York. Na Europa, os mercados abriram também mistos, de olho no discurso do dirigente do Banco Central Euroupeu (BCE), Klaas Knot, que participa às 10h15 de um fórum de política monetária do Barclays. Por aqui, o Ibovespa futuro cai de olho na inflação brasileira e Petrobras (PETR4).

Coletiva de Magda

O mercado repercute hoje a primeira entrevista coletiva da presidente da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, concedida aos jornalistas na segunda-feira, 27. Entre os destaques, a nova CEO disse que a petroleira vai seguir com a tendência de 'abrasileirar' os preços.

"A Petrobras sempre funcionou acompanhando uma tendência de preços internacionais, ora mais alta, ora mais baixa. O que é altamente indesejável? Trazer para a sociedade brasileira instabilidade de preços todos os dias", afirmou Chambriard, destacando que a Petrobras sempre "buscou pela estabilidade".

Em meio aos rumores de que pretende alterar parte da diretoria da Petrobras, Chambriard disse que a empresa tem de ser rentável e atender aos interesses dos acionistas, sejam eles privados ou governamentais. Entretanto, frisou o fato da petroleira ser uma empresa de "economia mista", com capital aberto na bolsa, mas controlada pela União.

Em relação à distribuição de dividendos da empresa, Magda declarou que ainda precisa entender as prioridades da companhia e as necessidades dos diferentes segmentos da sociedade antes de tomar uma decisão sobre o pagamento dos dividendos extraordinários aos acionistas, limitado a 50% pelo conselho. “Se tem lucro, tem dividendos [...] Se existe uma coisa que tenho certeza é que a empresa vai dar muito lucro”, disse.

Discurso de Galípolo

Outro discurso acompanhado de perto é o de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, que participou, na noite anterior, da 1ª Edição do Market Talks, da Liga de Mercado Financeiro da Unifei. O diretor comentou sobre ver com “serenidade” o ruído causado no mercado pela decisão dividida sobre o ritmo da redução de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e acrescentou que “o tempo” é quem vai esclarecer as dúvidas que possam existir sobre comprometimento da instituição com o controle da inflação.

Ele ainda afirmou que ambos os votos, tanto do corte de 0,50 pontos percentuais (p.p.) como o de 0,25 p.p., foram “absolutamente tecnicamente defensáveis”. Entretanto, admitiu perceber um ruído no mercado sobre a desancoragem das expectativas de inflação.

“A função do Copom não é explicar as razões da desancoragem. Ao final do dia, cabe ao BC responder e reagir a essa desancoragem das expectativas. Tenho acompanhado de todos os diretores, e eu também tenho tentado reforçar em cada fala minha, que não há ter divergência sobre essa questão do compromisso com a meta de inflação e que o Banco Central vai fazer o que for necessário para colocar a inflação na meta, permanecendo a taxa de juros num patamar restritivo necessário, pelo período que for necessário”, disse.

IPCA-15 e dados fiscais do Brasil

Agenda cheia para os indicadores locais. Às 8h30, o Tesouro Nacional divulgou os dados fiscais de abril do governo central, que registrou um superávit primário de R$ 11,1 bilhões. A projeção do mercado era de um superávit de R$ 12,6 bilhões em abril, após déficit de R$ 1,527 bilhões em março.

Já às 9h30, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) será divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Projeções Broadcast, o índice deve acelerar 0,47% em maio (mediana), ante alta de 0,21% em abril, puxada pelos preços da gasolina e de passagens aéreas.

Falas do Fed e dados de confiança nos EUA

De olho nos Estados Unidos, após a volta do feriado, o mercado acompanha as falas de dirigentes locais do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) em busca de pistas sobre a política monetária americana. Em entrevista à CNBS divulgada hoje, o presidente da distrital em Minneapolis, Neel Kashkari, disse que quer ver "muitos meses mais de dados positivos de inflação" para ganhar confiança de que o Fed pode começar a cortar juros.

Pela manhã, ele volta a discursar (10h55) e, na sequência (14h), outros dois dirigentes locais, Mary Dale, de São Francisco e a diretora Lisa Cook, também discursam. Também pela manhã, às 11h, haverá a divulgação do Índice de Confiança do Consumidor dos EUA de maio.

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