Reação à prévia da Petrobras, IPCA-15, balanços da Telefônica e big techs e o que move o mercado
Petrobras estende perdas em pré-mercado dos Estados Unidos, após pior pregão desde 2021
Guilherme Guilherme
Publicado em 25 de outubro de 2022 às 07h52.
Última atualização em 25 de outubro de 2022 às 08h37.
Bolsas internacionais operam sem uma direção definida na manhã desta terça-feira, 25, com investidores atentos aos resultados corporativos do terceiro trimestre. Índices da Europa e Wall Street oscilam entre altas e baixas, antes dos balanços de big techs americanas. Microsoft , Alphabet (Google) e Spotify irão divulgar seus resultados nesta terça. Amazon , Meta (Facebook) e Apple irão apresentar seus números ao longo da semana.
A temporada de balanços também esquenta no mercado brasileiro. As expctativas nesta terça estarão voltadas para os resultados da Telefônica (VIVT3) e Neoenergia (NEOE3 ), previstos para esta noite. Já durante o pregão, investidores devem reagir ao relatório de produção e vendas da Petrobras, divulgado na última noite.
Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,36%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,25%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,01%
- DAX (Frankfurt): - 0,75%
- CAC 40 (Paris): + 0,31%
- FTSE 100 (Londres): - 0,47%
- Stoxx 600 (Europa): + 0,09%
- Hang Seng (Hong Kong): - 0,10%
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras apresentou produção de 2,644 milhões de óleo equivalente por dia no terceiro trimestre, 6,6% abaixo do mesmo período de 2021 e 0,3% menor que no trimestre anterior. A queda, segunda a empresa, foi pressionada pela menor participação nos campos de Atapu e Sépia, parada para descomissionamento do FPSO Capixaba e declínio da produção de poços maduros. Também houve queda nas vendas, com recuo total de 8,8% para 2,885 milhões de barris por dia. As vendas de diesel e gasolina caíram 9,6% e 8,2%, respectivamente, na comparação anual.
As ADRs da Petrobras caem mais de 2% no pré-mercado americano. Se confirmada a queda na B3, a ação da companhia passará a acumular mais de 10% de perdas na semana -- que acabou de começar. No último pregão, as ações da estatal recuaram mais de 9%, registrando a maior queda desde fevereiro de 2021, quando os papéis caíram mais de 20%. A forte desalorização da época tinha como pano de fundo a primeira troca de comando na Petrobras pelo governo de Jair Bolsonaro. Mas hoje investidores estão na ponta oposta, com a preocupação em cima de uma possível derrota do atual presidente na corrida presidencial.
A percepção do mercado é de que o rali para estatais da semana passada, ancorado pelo avanço de Bolsonaro nas pesquisas, pode ter sido exacerbada -- especialmente após o caso envolvendo Roberto Jefferson, seu apoiador, no fim de semana. "A corrida em direção a estatais na semana passada, dado o atual estágio da eleição, pode encontrar elementos de exagero, em especial quando consideramos todos os riscos externos do momento", disse em carta Felipe Miranda, CEO e fundador da Empiricus.
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Lula e Bolsonaro estáveis no Ipec
O resultado da pesquisa Ipec divulgado na última noite também joga um balde de água fria nas esperanças de uma possível virada bolsonarista. Segundo a pesquisa, com informações colhidas entre os dias 22 e 24, Bolsonaro se manteve estável em relação à semana anterior, com 46% dos votos válidos contra 54% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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IPCA-15
Além da corrida eleitoral e da agenda de balanços, investidores ainda devem repercutir nesta terça o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) da primeira quinzena de outubro. O consenso do mercado para a divulgação é de que o IPCA-15 fique praticamente zerado na comparação mensal, com desaceleração de 7,96% para 6,75% no acumulado de 12 meses.