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Por que as ações da Petrobras afundaram com a aprovação de Prates como CEO?

Indicado de Lula foi aprovado pelo conselho de administração e a confirmação deve vir em assembleia

Petrobras (PETR4): ações da estatal lideram as baixas do dia na bolsa (Germano Lüders/Exame)

Petrobras (PETR4): ações da estatal lideram as baixas do dia na bolsa (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 16h58.

Última atualização em 27 de janeiro de 2023 às 08h21.

As ações da Petrobras (PETR3/PETR4) fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira, 26, após Jean Paul Prates ser aprovado como novo presidente da empresa pelo conselho de administração.

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Prates foi aprovado como membro do conselho e nomeado presidente interino da companhia até o dia 13 de abril, quando será realizada a assembleia geral de acionistas que pode nomear, formalmente, o novo CEO para o cargo. 

  • Petrobras (PETR3): - 2,79%
  • Petrobras (PETR4): - 2,56%

A nomeação não trouxe nenhuma novidade, mas o mercado já está preocupado com o que vem pela frente. Os temores vão desde o fim da política de paridade internacional de preços (PPI) até um redirecionamento dos dividendos da companhia.

A PPI permite que a empresa aumente o preço dos combustíveis de acordo com a alta do petróleo no mercado internacional. Dois dias atrás, a Petrobras anunciou um novo aumento no preço da gasolina em linha com a alta da commodity no exterior, e as ações da estatal vinham ganhando força nos últimos dias.

A decisão, no entanto, foi tomada pela diretoria atual da empresa, que pode estar prestes a sair do cargo. A preocupação do mercado é com a indicação de nomes políticos que desfaçam o atual arranjo. 

“O Prates é um nome técnico, com experiência profissional e acadêmica no setor. Mas sua indicação é a abertura de uma porta de incertezas, já que não se sabe se as demais indicações do governo para o conselho serão técnicas ou políticas”, avalia Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

A PPI, por sua vez, também se relaciona com outro grande temor do mercado: o futuro dos dividendos da companhia. Prates já afirmou que pretende criar um fundo de estabilização para suavizar a volatilidade do preço do petróleo nas bombas — e os dividendos da Petrobras seriam, ao lado dos royalties, a forma de financiar esse projeto.

 “O mercado acompanhará os primeiros passos da conduta de Prates e, fundamentalmente, a decisão da companhia quanto à distribuição de proventos no quarto trimestre de 2022”, disse Arbetman. 

Em 2022, a Petrobras distribuiu dividendos bilionários e chegou a ser a maior pagadora de dividendos do mundo com os R$ 88 bilhões distribuídos no segundo trimestre. No terceiro trimestre, mais R$ 43,7 bilhões em dividendos foram pagos aos acionistas. O montante do quarto trimestre de 2022 será divulgado no início de março, já sob a nova gestão.

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