Temor de intervenção do governo derruba os papéis da petroleira e pesa sobre o IBOV (André Motta de Souza / Agência Petrobras/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 8 de agosto de 2024 às 22h07.
Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 22h24.
A Petrobras (PETR4) apresentou seu primeiro balanço no vermelho desde 2020, quando a companhia enfrentava o auge da pandemia e da queda dos preços do petróleo.
A estatal teve um prejuízo de R$ 2,605 bilhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 28,7 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.
Segundo a companhia, o resultado foi afetado por dois fatores: variação cambial e um acordo tributário com a União anunciado em junho. A disputa dizia respeito a tributos, entre eles Cide e PIS/Cofins, que, segundo a União, deveriam ter sido pagos entre os anos 2008 e 2013.
“Os principais eventos foram a variação cambial do período – um efeito entre empresas do Sistema Petrobras que não tem efeito caixa e sequer patrimonial - e os impactos da adesão à transação tributária – uma decisão julgada positiva pelo mercado por ter encerrado disputas bilionárias que traziam grande incerteza para o caixa da companhia”, informou Fernando Melgarejo, CFO da companhia, em comunicado divulgado junto ao resultado.
Sem a ocorrência desses eventos, a Petrobras estima que teria um lucro líquido de US$ 5,4 bilhões no trimestre – cerca de R$ 29,96 bilhões, em linha com as projeções dos analistas compilada pela Bloomberg.
Este foi o primeiro balanço na gestão da nova presidente, Magda Chambriard, que assumiu o cargo em maio deste ano.
A receita de vendas da petroleira aumentou 7,4%, para R$ 122,258 bilhões no segundo trimestre. Já o Ebitda ajustado, principal indicador de caixa operacional, ficou em R$ 49,74 bilhões, queda de 12,3% em base anual.
A dívida líquida da empresa avançou para US$ 46,16 bilhões, montante 9,4% maior ao registrado no segundo trimestre de 2023.
Mesmo com prejuízo, a estatal anunciou pagamento de proventos. Serão pagos R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
O montante equivale a uma remuneração aos acionistas de R$ 1,05320017 por ação ordinária (PETR3) e preferencial (PETR4). Veja quem tem direito.