Ouro: metal renova recorde (sutan abraham/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 16h11.
O ouro, ativo buscado como proteção, rompeu a barreira dos US$ 4.400 por onça-troy nesta segunda-feira, 22, e se manteve ao longo do dia acima da cotação, alcançando a máxima de US$ 4.476,60 às 12h14.
No fechamento, o contrato do metal precioso para fevereiro terminou em alta de 1,87% na Comex, cotado a US$ 4.469,40 por onça-troy. A valorização anual do metal já chega a 67%.
Já a prata, que normalmente acompanha o ouro, também renovou sua máxima histórica, com os contratos futuros para março de 2026 cotados a US$ 69,44, com ganho diário de 2,5%. Às 15h45, o metal subia 1,49% a US$ 68,49.
No acumulado de 2025, a valorização é de 138%, acima do desempenho do ouro, apoiada por fluxo de investimentos e limitações na oferta global.
Além do papel de proteção, a desvalorização global do dólar também favorece a valorização do ouro. Como o metal é precificado na moeda americana, a perda de força do dólar tende a elevar seu preço.
O movimento é reforçado pelas expectativas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e por bancos centrais europeus, o que aumenta a atratividade do ouro.
“Com taxas menores, o custo de oportunidade de ouro e prata caem, atraindo mais dinheiro para ativos que não pagam juros”, diz Virgílio Lage especialista da Valor Investimentos.
Fatores geopolíticos, como as tensões na Ucrânia, Venezuela e Oriente Médio, também têm pesado na valorização dos metais preciosos.
Na avaliação de Lage, esse movimento não se limita ao ouro. A prata, diz ele, tem ganhado espaço justamente por reunir duas características ao mesmo tempo.
“A prata exerce uma dupla função: é vista como proteção, mas também tem forte uso industrial”, explica.
Esse componente industrial tem sido decisivo para pressionar os preços. “Ela é muito demandada em setores como tecnologia, energia solar e eletrificação. Como praticamente todos os países estão direcionando investimentos para fontes renováveis, isso amplia ainda mais a demanda”, diz o especialista.