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O que esperar para Wall Street em 2022? Analistas divergem

Inflação, pandemia e perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos adicionam incertezas às previsões

Previsões não chegam a um consenso para futuro do mercado americano | Foto: GettyImages (fotog/Getty Images)

Previsões não chegam a um consenso para futuro do mercado americano | Foto: GettyImages (fotog/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 9 de dezembro de 2021 às 19h33.

A vida dos responsáveis por projeções em Wall Street está mais difícil com a adoção de uma postura mais dura pelo banco central dos EUA e a evolução incessante do coronavírus.

Um exemplo é a última projeção de Ed Clissold, estrategista-chefe da Ned Davis Research. Ele vê a possibilidade de uma desaceleração nos lucros das empresas e a política mais rígida do Federal Reserve (Fed, banco central americano) levando as bolsas dos EUA a um “bear market raso”, mas espera que o S&P 500 se recupere e termine 2022 com leve alta.

A cautela contrasta com a perspectiva das contrapartes dele no Credit Suisse Group e JPMorgan Chase. Jonathan Golub, do Credit Suisse, acaba de elevar a meta para o S&P 500 no ano que vem em 200 pontos para 5.200, citando o melhor cenário para os lucros corporativos e condições financeiras generosas. Marko Kolanovic e seus colegas no JPMorgan apostam que a volatilidade do mercado americano vai diminuir no próximo ano, com o fim da pandemia e total recuperação da economia.

As narrativas conflitantes surgem em um mundo onde é quase impossível fazer previsões, com investidores encarando um banco central de postura contracionista pela primeira vez em três anos e a ameaça de novas medidas de restrição contra a Covid que podem prejudicar o crescimento. Até o momento, o intervalo de estimativas compiladas pela Bloomberg para o S&P 500 em 2022 vai de 4.400 a 5.300 pontos. A distância de 20% é a segunda maior em uma década.

“Há mais variáveis em jogo agora: o que está acontecendo no Fed, a inflação ou o vai-e-vem que ocorre quando lidamos com a pandemia”, disse Joshua Leonardi, diretor da TD Prime Services. “Talvez seja por causa de onde estamos do ponto de vista macro geopolítico, tendo uma faixa mais ampla de desfechos possíveis.”

Enquanto Clissold, da Ned Davis, está entre os mais otimistas, a turbulência que ele vê no caminho ressalta como é difícil ter convicção. Ele espera que o S&P 500 termine o próximo ano em 5.000 pontos, o equivalente a um ganho de 6% em relação ao último fechamento, mas não antes de cair pelo menos 10% em algum momento.

Esse acontecimento encerraria uma série de ganhos constantes. Nos últimos 13 meses, o mercado enfrentou apenas um recuo de mais de 5%.

“As condições quase certamente não serão tão favoráveis ao mercado em 2022”, escreveu Clissold em nota distribuída a clientes na quarta-feira. “Esperamos um ritmo mais lento de ganhos, retrocessos mais frequentes, alta probabilidade de uma correção de dois dígitos e uma chance realista de bear market raso.”

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