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"O Brasil será irreconhecível daqui a 5 anos", diz Walter Maciel, CEO da AZ Quest

Em entrevista à Exame, economista diz que o mercado está subestimando o potencial de crescimento do país e que o real pode passar por supervalorização

Walter Maciel, CEO da AZ Quest: "Tenho certeza que o o Brasil vai crescer muito mais que o projetado" (Leandro Fonseca/Exame)

Walter Maciel, CEO da AZ Quest: "Tenho certeza que o o Brasil vai crescer muito mais que o projetado" (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 14h48.

Última atualização em 18 de janeiro de 2024 às 06h07.

Walter Maciel, CEO da AZ Quest, avalia que um dos maiores erros do mercado tem sido subestimar o potencial de crescimento do Brasil. Para este ano, a projeção da gestora de mais de R$ 24 bilhões em investimentos, é de que a economia brasileira terá uma expansão acima de 2%. O consenso do boletim Focus é de 1,59% de alta no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e de 2% para os anos seguintes. "Tenho certeza que o Brasil vai crescer muito mais que o projetado", afirma Maciel em entrevista à EXAME Invest.

Entre os fatores que sustentam a visão do economista estão as reformas realizadas durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro e o aumento de produção da petróleo e do agronegócio. "O Brasil daqui a cinco anos será irreconhecível", diz.

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"Real deve se valorizar"

Com uma balança comercial cada vez mais robusta, Maciel vê alta probabilidade de o dólar perder ainda mais força localmente, chegando próximo de R$ 4,30 no fim do ano. "A minha preocupação para daqui a cinco anos é nós exportarmos tanto que o real poderá se valorizar demais e o Brasil perder competitividade internacional. Mas aí seria um problema bom, daria para aumentar as reservas para desvalorizar o real ou montar um fundo soberano. Acho que estamos em um caminho espetacular."

Mas para isso se concretizar, Maciel alerta que não pode haver grandes problemas fiscais. Pelo cenário-base, ao menos, a perspectiva é otimista. Parte da solução, afirmou, veio com o novo arcabouço fiscal, o qual considera mais eficaz que o teto de gastos implementado pelo governo de Michel Temer, por ter mais flexibilidade.

"Não é um mundo ideal, mas é muito melhor do que se esperava na época da eleição. Na época da eleição, o mercado precificou o Brasil para aquilo que esperava. Quando passa a ter uma surpresa imensa positiva, tem que mudar de cabeça. E o mercado só mudou agora porque apanhou no ano passado", diz Maciel.

"Bolsa pode subir bastante"

Com o Brasil voltando aos trilhos, Maciel vê grandes oportunidades no mercado local. "A bolsa aqui pode subir bastante. A relação preço/lucro hoje está mais barata do que em 2020, quando os jornais diziam que seria a maior recessão da história. O único período recente que a bolsa estava mais barata que agora foi na eleição de 2002, quando achávamos que o PT faria tudo que dizia que iria fazer. Então, o medo era justificado. Hoje, a bolsa está barata. Então, deve haver uma reprecificação muito forte."

Assista à entrevista com Walter Maciel, CEO da AZ Quest, na íntegra.

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