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Nova restrição dos EUA derruba ações da Nvidia e pressiona setor de tecnologia

Empresa disse que terá impacto de US$ 5,5 bilhões relacionado à exportação de seus chips H20 para a China

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 16 de abril de 2025 às 08h29.

As ações da fabricante de semicondutores Nvidia caíam mais de 5% no pré-mercado desta quarta-feira, 16, após a empresa anunciar que enfrentará um impacto de US$ 5,5 bilhões relacionado à exportação de seus chips H20 para a China.

A nova exigência do governo dos Estados Unidos obriga a empresa a obter uma licença para vender esses processadores a Pequim, acirrando a guerra comercial no setor de tecnologia.

O H20 é uma versão adaptada para atender aos controles americanos e, mesmo assim, passou a ser alvo de novas restrições. O modelo é voltado para aplicações de inteligência artificial e gerou entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões em receita para a Nvidia no ano passado.

A China representa a quarta maior região de vendas da Nvidia, e, de acordo com o CEO Jensen Huang, a receita proveniente do país caiu para metade dos níveis anteriores às restrições. Além disso, a empresa enfrentará novas limitações a partir do próximo mês, conforme as regras de difusão de IA propostas pela administração Biden.

Analistas de bancos como Bank of America e Morgan Stanley reduziram seus preços-alvo para a ação, mas mantiveram recomendações de compra, destacando que a empresa segue dominante na área de computação.

“Continuamos a ver as ações da Nvidia como atrativas, com múltiplos inferiores ao crescimento projetado dos lucros, já que a demanda global por IA e a liderança da empresa em plataformas devem compensar os obstáculos regionais”, escreveu o analista Vivek Arya, do Bank of America.

A notícia gerou uma reação negativa em todo o setor. Além da Nvidia, papéis de empresas como AMD, Micron, ASML, Meta e Alphabet também operavam em queda antes da abertura dos mercados.

A pressão sobre os chips aumentou após a holandesa ASML também divulgar resultados abaixo do esperado e citar incertezas com as tarifas como fator de risco para 2025 e 2026. O pessimismo contaminou os índices futuros dos EUA, com o Nasdaq 100 em queda de 1,3%.

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