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Minério de ferro despenca, Petrobras, Magalu e o que mais move o mercado

Clima negativa domina mercados globais em dia mais agitado da temporada de resultados brasileira

Transporte de minério de ferro (Rogério Reis/Site Exame)

Transporte de minério de ferro (Rogério Reis/Site Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de maio de 2021 às 07h03.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 08h10.

Os principais índices de ações recuam nesta quinta-feira, 13, dando continuidade ao tom negativo que predomina desde o início da semana com investidores preocupados com a inflação americana

Na véspera, os dados do índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de abril superaram as expectativas do mercado, ficando em 3,6% na comparação anual e 0,8% na mensal. 

Após a divulgação, o medo de uma aceleração da inflação americana deu lugar à certeza, levando investidores do mundo inteiro a desmontar posições em bolsas - movimento que se estende até esta manhã. Isso porque, com a inflação mais alta, crescem as pressões para que o Federal Reserve - referência para a política monetária mundial - eleve a taxa de juros antes do previsto, desencadeando um movimento em massa em outros bancos centrais. 

O cenário, que tende a encarecer projetos de crescimento, tem prejudicado principalmente ações ligadas à tecnologia e com múltiplos mais altos. Com maior concentração de papéis do setor, o índice Nasdaq acumula mais de 5% de queda na semana.

Minério de ferro

As ações da Vale (VALE3) e de siderúrgicas devem exercer forte pressão negativa sobre o Ibovespa nesta quinta, após a queda de 9,5% do minério de ferro na China. Nos Estados Unidos, as ADRs da Vale despencam 4%, mesmo depois de já ter se desvalorizado 3,7% na sessão anterior. A empresa é a que possui a maior participação no índice, com peso de pouco mais de 12%. 

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Uma das peças-chave para os planos de infraestrutura do governo chinês, o minério de ferro vinha chamando a atenção de reguladores no país desde a forte alta  de 10% no início da semana. Numa tentativa de frear a valorização da commodity, na terça-feira, 11, a bolsa de Dalian havia aumentado a margem de garantia exigida para operar contratos de minério de ferro. O rali, porém, só terminou hoje.

No mercado internacional, ações das mineradoras apresentam fortes quedas nesta quinta, com os papéis da BHP despencando 4,5% na bolsa de Londres e os da Anglo American, 5,5%. A Rio Tinto, que vinha apresentando um movimento de alta mais contido ao longo da semana, caiu apenas 1,5% na Austrália. 

IBC-Br

O Banco Central irá divulgar nesta quinta o IBC-Br de março, também conhecido como “prévia do PIB”. A expectativa é de que o indicador de atividade econômica apresente uma queda de 3,4%, refletindo o aumento das medidas de isolamento no período. Na comparação anual, porém, é esperado um crescimento de 6%.

Pedidos de seguro desemprego

Nos Estados Unidos, o principal dado do dia serão os pedidos semanais de seguro desemprego. Para esta divulgação são esperados 490.000 pedidos. Caso confirmado, o número será o menor desde os primeiros impactos da pandemia no mercado de trabalho americano, em março de 2020. 

O dado também deve mexer com as expectativas de inflação. Na última semana, pedidos abaixo do esperado causaram reações negativas no mercado, com o aumento das preocupações sobre corte de estímulos e aumento de juros. Um número pior que o esperado, porém, poderá contribuir para as bolsas e moedas emergentes.

Balanços

É em meio a esse clima de cautela que o Brasil terá seu dia mais agitado da temporada de balanços, com quase 40 empresas reportando resultados nesta quinta. Antes do pregão, Bradespar (BRAP4), GPS (GGPS3), IMC (MEAL3) e Even (EVEN3) apresentarão seus balanços. 

A agenda, porém, se intensifica após o fechamento dos mercados, com as seguintes empresas divulgando resultados: Alliar (AALR3), Anima (ANIM3), Arezzo (ARZZ3), BR Malls (BRML3), CCR (CCRO3), C&A (CEAB3), CPFL Energia (CPFE3), Cury (CURY3), Cyrela (CYRE3), EcoRodovias (ECOR3), Energisa (ENGI11), EZ Tec (EZTC3), Grupo Mateus (GMAT3). Centauro (SBFG3), Grupo Soma (SOMA3), Hidrovias do Brasil (HBSA3), IRB Brasil (IRBR3), Lavvi (LAVV3), Light (LIGT3), Magazine Luiza (MGLU3), Mahle (LEVE3), Melnick (MELK3), Petrobras (PETR3/PETR4), Plano & Plano (PLPL3), Qualicorp (QUAL3), Randon (RAPT4), Rumo (RAIL3), Sabesp (SBSP3), Sanepar (SAPR4), Tecnisa (TCSA3), Track & Field (TFCO4), Wiz (WIZS3) e Helbor (HBOR3).

Petrobras

Um dos resultados é o da Petrobras. Com as expectativas balizadas pelo relatório de produção apresentado ainda no início da temporada de balanços, a empresa deve apresentar lucro líquido de 5,48 bilhões de reais e 96,99 bilhões de reais em vendas, segundo consenso colhido pela Bloomberg.

Magalu

As estimativas para o resultado da principal varejista do país é de lucro de 49 milhões de reais, com a receita líquida atingindo 7,84 milhões de reais. Pressionada pela aversão às empresas de e-commerce, na última sessão as ações da Magazine Luiza fecharam em queda de 3,78%.

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