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Metaverso dá prejuízo bilionário à Meta, que estuda cortes no setor

O segmento que mais avança é o de óculos inteligentes sem tela, impulsionado pelos Ray-Ban da Meta

Mark Zuckerberg (Meta/Divulgação)

Mark Zuckerberg (Meta/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 06h19.

As ações da Meta subiram 3,4% nesta quinta-feira, 4, após a divulgação de que a companhia deve realizar cortes significativos em seu departamento relacionado ao metaverso, reforçando sua mudança estratégica para inteligência artificial, segundo a Bloomberg.

O CEO Mark Zuckerberg pretende reduzir em até 30% o orçamento da unidade dedicada ao metaverso, de acordo com a agência de notícias.

A guinada marca mais um capítulo na transição da companhia. Em 2021, Zuckerberg renomeou o Facebook para Meta com o objetivo declarado de liderar a criação de mundos virtuais interconectados. O projeto, porém, não ganhou tração.

Perdas bilionárias

A divisão Reality Labs acumula perdas bilionárias há anos e registrou prejuízo de 4,4 bilhões de dólares no último trimestre, com receita de apenas 470 milhões de dólares. Segundo a consultoria IDC, o mercado global de óculos de realidade aumentada e virtual deve crescer 39,2% em 2025, para 14,3 milhões de unidades, número ainda ínfimo frente aos 1,25 bilhão de smartphones previstos para o mesmo ano.

O segmento que mais avança é o de óculos inteligentes sem tela, impulsionado pelos Ray-Ban da Meta, com recursos de áudio, vídeo e inteligência artificial. A expectativa é de crescimento de até 247,5% neste ano.

Em setembro, a Meta apresentou os Ray-Ban Display, óculos de 799 dólares com tela integrada para mensagens e navegação. Google, Samsung e Apple também trabalham em produtos semelhantes.

A reorientação ocorre em um momento no qual a Meta intensifica os investimentos em inteligência artificial. A companhia vem inaugurando e alugando centros de dados nos Estados Unidos, incluindo o Hyperion, financiado por meio de acordo com a gestora Blue Owl. A estratégia envolve ainda uma ofensiva de contratações, com destaque para a chegada de Alan Dye, ex-chefe de design da Apple, e para o aumento de salários e benefícios com o objetivo de atrair especialistas em IA de concorrentes, como a OpenAI.

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