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Por que a Meta (M1TA34) está apostando tudo no WhatsApp para tentar superar os últimos fracassos

Após Metaverso, Libra e resultados trimestrais ruins, Zuckerberg está tentando voltar aos fundamentais para dar um turnaround na gigante das redes sociais

Meta (M1TA34), dona do Facebook e do WhatsApp (picture alliance/Getty Images)
CC

Carlo Cauti

Publicado em 22 de novembro de 2022 às 06h15.

Após perder cerca de 70% do valor de mercado desde o começo do ano, a Meta (M1TA34), dona do Facebook e do WhatsApp, está precisando urgentemente de um ponto de virada.

Desde janeiro, a empresa fundada por Mark Zuckerberg perdeu cerca de US$ 800 bilhões, entre as apostas pesadas no Metaverso e reação do mercado a alta das taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed).

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Por isso, Zuckerberg está procurando uma divisão mais sólida de sua galáxia de negócios, onde se basear para tentar superar a tempestade. E essa divisão é o WhatsApp.

É a partir daqui que o fundador da rede social mais famosa do mundo quer reavivar o negócio da Meta, e comunicou isso aos colaboradores durante uma das últimas reuniões, no final da semana passada.

“Falamos muito sobre oportunidades de longo prazo como o Metaverso, mas a realidade é que as mensagens comerciais provavelmente serão o próximo grande pilar de nossos negócios. Estamos a trabalhar para rentabilizar mais o WhatsApp e o Messenger", declarou Zuckerberg, reconhecendo os limites da sua aposta no Metaverso, dando um importante passo para trás.

Meta (M1TA34) vai recomeçar pelo WhatsApp, diz Zuckerberg

Recomeçar pelo WhatsApp, para Zuckerberg, significa trabalhar em uma plataforma que conta com mais de dois bilhões de usuários ativos em todo o mundo, e com poucos concorrentes. Ao contrário do Facebook e do Instagram, fortemente prejudicados pelo TikTok, que roubou boa parte dos investimentos publicitários, o WhatsApp continua sendo o aplicativo de mensagens instantâneas mais usado no mundo ocidental. Uma plataforma com enorme potencial, que em 2014 custou para o Facebook cerca de US$ 19 bilhões.

Uma aposta bem-sucedida, pois o WhatsApp continuou a crescer significativamente, tornando-se cada vez mais uma referência para a comunicação entre seus usuários. No entanto, a baixa rentabilidade sempre foi um Calcanhar de Aquiles para a plataforma. O aplicativo é gratuito e não inclui publicidade nas conversas (que são criptografados de ponta a ponta). Ou seja, bilhões de pessoas interagindo e poucos negócios acontecendo.

Agora parece ter chegado a hora de Zuckerberg fazer do WhatsApp o motor financeiro da Meta. E a ideia do CEO estaria se baseando em chats comerciais. Com a criação de contas corporativas, o WhatsApp abriu de fato há algum tempo o caminho para um projeto que em um futuro não muito distante verá o aplicativo no centro do comércio eletrônico. Com atividades comerciais que conseguirão não apenas vender produtos como interagir com seus clientes em chat (o que já acontece, por sinal). Mas também receber pagamentos processados ​​diretamente pelo aplicativo.

No Brasil esse projeto está em fase muito avançada, e o país poderia ser a vanguarda de uma mudança muito importante para a rentabilidade do aplicativo. Isso pois dentro da plataforma haverá espaço para algo parecido com as "páginas amarelas", com os usuários que poderão navegar por categorias: restauração, artigos esportivos, vestuário, serviços, bilhetes para estádios, etc.. e fazer negócios com os contatos armazenados na plataforma.

A partir daí, se poderá entrar em contato com o vendedor, olhar seus produtos e realizar as compras. Tudo sem sair do aplicativo, nem para pagar. Um salto importante para o WhatsApp, que talvez Zuckerberg já quisesse realizar há alguns anos, quando desenvolvimentos nessa direção chegaram a ser bloqueados devido a uma atualização nas regras sobre gestão de dados pessoais pouco claras. Após uma fase de paralisia, e alguns projetos fracassados que custaram caríssimo para a empresa, como a Libra e o Metaverso. E agora Zuckerberg quer voltar aos fundamentais. Em um momento de extrema necessidade para a Meta.

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