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Mercados asiáticos sobem em meio a expectativas por inflação nos EUA

Bolsas da Ásia-Pacífico encerram em alta, enquanto investidores aguardam dados cruciais sobre inflação americana

Na espera dos Estados Unidos, mercado asiático fechou o dia em alta. (Aly Song/Reuters)

Na espera dos Estados Unidos, mercado asiático fechou o dia em alta. (Aly Song/Reuters)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 06h02.

Os mercados da região Ásia-Pacífico fecharam em alta na quinta-feira, 10, com ganhos na esteira dos recordes em Wall Street, onde o S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average registraram novos picos. A expectativa dos investidores está voltada para a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos, que influenciará as decisões futuras de política monetária. As informações são da CNBC.

O índice S&P/ASX 200 da Austrália avançou 0,43%, alcançando 8.223 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,34%, encerrando o pregão em 2.603,25 pontos, enquanto o índice de pequenas empresas Kosdaq recuou ligeiramente, registrando queda de 0,22%, fechando a 776,52 pontos. No Japão, o Nikkei 225 apresentou um ganho de 0,26%, fechando em 39.380,89, enquanto o Topix, mais amplo, avançou 0,2%, encerrando em 2.712,67.

Estímulos chineses impulsionam mercado

Na China, o CSI 300 encerrou o dia com alta de 1,06%, marcando 3.997,78 pontos, enquanto o índice Hang Seng de Hong Kong teve uma alta expressiva de 3%, nos momentos finais do pregão. A retomada do rali nas ações chinesas segue o anúncio do banco central de que aceitará pedidos de instituições financeiras para se juntar a uma nova ferramenta de liquidez, inicialmente avaliada em 500 bilhões de yuans (aproximadamente R$ 392 bilhões), destinada a facilitar o acesso a capital para o mercado de ações.

A recuperação das ações chinesas ocorre após uma interrupção na sequência de altas. Na quarta-feira, 9, o CSI 300 quebrou uma sequência de 10 dias de ganhos e caiu 7%, após um período de estímulos promovido pelo governo chinês no final de setembro. O Ministério das Finanças da China realizará uma coletiva de imprensa em 12 de outubro, possivelmente trazendo novas diretrizes sobre política fiscal e desenvolvimento econômico.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 teve uma alta de 0,71%, fechando em 5.792,04 pontos, enquanto o Dow Jones subiu 431,63 pontos (1,03%), encerrando em 42.512 pontos, ambos atingindo máximas históricas. O Nasdaq Composite também apresentou valorização, avançando 0,6% para 18.291,62 pontos.

Esses ganhos vieram na sequência da divulgação das atas da reunião de setembro do Federal Reserve, nas quais foi discutida uma redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros. A maioria dos participantes apoiou uma redução maior, buscando lidar com o cenário econômico atual.

Enquanto isso, o Bureau of Labor Statistics dos EUA deve divulgar seus dados de inflação de setembro nesta quinta-feira. Economistas esperam que a inflação subjacente se mantenha estável em 3,2% ao ano.

Riscos para o futuro

O cenário econômico na Ásia é influenciado por uma série de fatores. Em primeiro lugar, a resposta chinesa ao seu mercado interno ainda não é considerada suficiente por muitos analistas. Apesar das medidas anunciadas, o setor imobiliário chinês continua a enfrentar desafios significativos, como excesso de estoque e pressão financeira sobre desenvolvedores.

Enquanto isso, a situação geopolítica global, especialmente com a escalada de tensões no Oriente Médio, continua a impactar os mercados. O possível impacto de uma resposta militar israelense a ações recentes do Irã coloca um risco adicional sobre o cenário global, o que também reflete na percepção dos investidores na Ásia-Pacífico.

Os mercados aguardam ainda a divulgação de mais dados econômicos dos EUA, que podem afetar o rumo das políticas monetárias e, consequentemente, as decisões de investimento em todo o mundo. O nível de inflação e as políticas do Federal Reserve continuarão a desempenhar um papel fundamental, especialmente para mercados emergentes, que são mais sensíveis a variações na política monetária dos Estados Unidos.

Analistas apontam que os estímulos promovidos por governos locais, especialmente na China, podem não ser suficientes para garantir uma recuperação sustentável se não forem acompanhados de reformas estruturais mais profundas e consistentes.

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