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Tensões no Oriente Médio impulsionam volatilidade nos mercados, mas ações de Hong Kong disparam

Hong Kong registra alta de mais de 5% em meio a ganhos consecutivos, apesar da escalada de conflitos no Oriente Médio e do aumento nos preços do petróleo

Hong Kong registra alta, mesmo com as tensões no Oriente Médio escalando. (Aly Song/Reuters)

Hong Kong registra alta, mesmo com as tensões no Oriente Médio escalando. (Aly Song/Reuters)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 2 de outubro de 2024 às 06h17.

A bolsa de valores de Hong Kong segue a trajetória de alta nesta quarta-feira, 2, com o índice Hang Seng registrando um crescimento superior a 5%, alcançando seu nível mais alto em 22 meses. Apesar das crescentes tensões no Oriente Médio, onde o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel, e o consequente aumento dos preços do petróleo, o mercado de Hong Kong manteve sua trajetória de ganhos. A alta foi liderada por incorporadoras imobiliárias, como China Vanke, Longfor Group e Logan Group, cujas ações subiram 40%, 32% e 31%, respectivamente, após a introdução de novas políticas para aumentar a confiança dos compradores de imóveis nas principais cidades da China continental. As informações são da CNBC.

Além das incorporadoras, gigantes da tecnologia chinesa também acompanharam o movimento de alta. Empresas como Meituan, Baidu e JD.com viram suas ações subirem mais de 10%, refletindo o impacto positivo das medidas de estímulo no mercado. O fechamento dos mercados na China continental, devido ao feriado da Semana Dourada, ajudou a manter o foco no desempenho do mercado de Hong Kong.

Na semana anterior, Pequim havia anunciado um pacote robusto de estímulos, que incluía cortes nas taxas de juros, a redução dos requisitos de reserva para os bancos e a injeção de maior liquidez no sistema financeiro. Essas medidas foram vistas como uma tentativa de revitalizar uma economia que enfrentava desafios significativos, sobretudo no setor imobiliário e de consumo. Contudo, analistas têm se mostrado cautelosos em relação ao impacto a longo prazo dessas iniciativas.

Mercados da Ásia-Pacífico mostram desempenho misto

Enquanto o mercado de Hong Kong registrava fortes ganhos, outras bolsas da região Ásia-Pacífico apresentaram resultados variados. O índice S&P/ASX 200 da Austrália recuou 0,13%, refletindo uma cautela entre os investidores em relação aos desdobramentos globais. Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 1,22%, enquanto o Kosdaq, focado em empresas de menor capitalização, teve uma leve queda de 0,23%.

No Japão, o índice Nikkei 225 encerrou o dia com uma queda significativa de 2,18%, enquanto o Topix recuou 1,44%. A queda foi atribuída à incerteza política após a posse do novo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, que sucedeu Fumio Kishida. A nomeação de Ishiba pode abrir espaço para uma possível elevação nas taxas de juros, algo que alguns analistas acreditam ser necessário para enfrentar a persistente deflação no país. No entanto, o novo ministro da Economia, Ryosei Akazawa, afirmou que o governo e o Banco do Japão devem ser cautelosos antes de tomar qualquer decisão de política monetária.

Ishiba, embora tenha anteriormente defendido a normalização da política monetária do país, agora enfrenta a difícil tarefa de equilibrar uma economia ainda fragilizada por anos de baixo crescimento e pressões deflacionárias. O Japão, assim como outras economias da região, está sendo diretamente afetado pelo aumento nos preços do petróleo e pela volatilidade gerada pelos conflitos no Oriente Médio.

Enquanto os investidores em Hong Kong continuam a demonstrar confiança nas medidas de estímulo da China, o cenário global segue instável, com os mercados atentos às próximas movimentações tanto em termos de política econômica quanto de tensões geopolíticas.

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