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Agora vai? China convoca coletiva para próximo sábado e mercado aguarda pacote fiscal

Segundo comunicado do Escritório de Informação do Conselho Estatal, país irá anunciar medidas para "intensificar o ajuste anticíclico da política fiscal"

China: mercado espera que governo anuncie novos estímulos no próximo sábado, 12 (Thomas Peter/Reuters)

China: mercado espera que governo anuncie novos estímulos no próximo sábado, 12 (Thomas Peter/Reuters)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 12h37.

Última atualização em 9 de outubro de 2024 às 14h21.

Após a decepção na véspera com a ausência de novos estímulos fiscais na China, o Ministério de Finanças do país convocou uma nova coletiva de imprensa para o próximo sábado, 12.

A expectativa era que ontem, na volta do feriado de 7 dias (Golden Week), esse novo pacote fosse anunciado também em coletiva. Entretanto, as autoridades do principal órgão de planejamento do país apenas comentaram detalhes do plano de resgate que havia sido anunciado antes do feriado.

Como nada (ainda) veio, o sentimento de pessimismo dominou o mercado, fazendo um dos principais índices acionários chinês, o Xangai Composto, cair mais de 10% entre esta terça, 8, e quarta-feira, 9.

O movimento se refletiu no petróleo, que caiu quase 5% na véspera, além do minério de ferro, que voltou do feriado com o futuro para janeiro recuando 3,6% a 777,5 yuan (US$ 110,12) a tonelada na bolsa de Dalian - o que também impactou a bolsa brasileira.

Agora, o anúncio da nova coletiva reaviva as esperanças nos mercados globais. O ministro de Finanças chinês, Lan Foan, irá comandar a coletiva, que está programada para começar às 10h de sábado (23h de sexta-feira, 11, pelo horário de Brasília).

Segundo comunicado do Escritório de Informação do Conselho Estatal, Lan irá anunciar medidas para "intensificar o ajuste anticíclico da política fiscal", porém, não trouxe mais detalhes.

O banco suíço UBS prevê que o governo anuncie um apoio fiscal de mais de US$ 280 bilhões.

Todos esses movimentos por parte do governo chinês visam impulsionar a economia para a meta de crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, estimulando a confiança e o consumo das famílias, que vinha sendo o ponto fraco da segunda maior economia do mundo.

Mas, apesar de novas medidas à vista, o mercado enfatiza que ainda serão necessários movimentos mais fortes para recuperar a economia chinesa.

Para Kenneth Ho, estrategista-chefe de crédito da Goldman Sachs, tais medidas ainda não endereçam os principais problemas estruturais do setor: excesso de estoque e a baixa confiança dos compradores. Segundo ele, mais ações são necessárias para evitar que a oferta excedente continue a pressionar o mercado.

O UBS também concorda com a visão e enfatiza que, para estabilizar o mercado imobiliário em si e recuperar a confiança dos negócios e consumidores, seria necessário um estímulo maior e reformas adicionais.

Dentre as principais áreas, o UBS acredita que somente para destocagem imobiliária nas maiores cidades, seriam necessários 3 trilhões a 4 trilhões de yuans em apoio fiscal.

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