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Mercado interno melhora e puxa as vendas da Grendene no 1º trimestre

Companhia também consegue melhorar margem com reajustes de preços e continuação da redução de custos de matéria-prima

Grendene: linha masculina ajudou a impulsionar o crescimento de vendas no mercado interno (Rider / Grendene/Reprodução)

Grendene: linha masculina ajudou a impulsionar o crescimento de vendas no mercado interno (Rider / Grendene/Reprodução)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 9 de maio de 2024 às 18h24.

Última atualização em 9 de maio de 2024 às 18h28.

O mercado interno puxou as vendas da Grendene, dona da Ipanema, de Melissa e Rider, no primeiro trimestre de 2024, com os indicadores macroeconômicos melhorando, como queda do desemprego e redução da inflação.

Nos primeiros três meses de 2024, a receita somou R$ 539,4 milhões, 3,7% maior, com avanço do mercado interno, que registrou aumento de 6,7% na receita bruta, totalizando R$ 528,3 milhões, e aumento de 4,6% no volume, alcançando 22 milhões de pares.

A receita bruta por par no mercado doméstico expandiu 1,9% para R$ 24,05, devido ao reajuste de preços concedido em fevereiro de 2024 e ao mix de produtos com maior valor agregado. Parte relevante do crewscimento veio dos calçados femininos e da linha masculina, liderada por Rider.

Melissa foi um dos destaques do período, seguindo a tendência de crescimento forte desde o segundo trimestre de 2023. A receita da marca cresceu 34% e o volume, 26%. “Essa ótima aceitação gerou sell out muito positivo da Melissa e isso fez o sell in crescer até mais. É um ciclo virtuoso: com mais vendas, há menos ambiente promocional e melhor margem para o franqueado, que fica mais confiante e aumenta o número de pedidos”, diz Alceu Albuquerque, diretor de relações com investidores da Grendene.

A recuperação do mercado interno ajudou a melhorar a rentabilidade do negócio. O lucro operacional somou R$ 98,4 milhões, aumento de 32% se comparado ao mesmo período de 2023. O resultado líquido foi de R$ 139,7 milhões, ficando 13,5% maior do que um ano antes.

“Vemos o aumento de volume que deve diluir mais o custo e agregar margem”, acrescenta o diretor. Os últimos trimestres foram de melhoria na linha de custos, que ficou 1% menor. Ainda assim, explica Albuquerque, há espaço para mais retração, dado que o custo médio de estoque da matéria-prima ainda está 2% acima do custo de reposição.

A companhia ainda enfrenta, no entanto, desafios nas exportações. De janeiro a março, foram embarcados 6,3 milhões de pares para o mercado internacional, gerando R$ 134,1 milhões em receita bruta, valor 17,5% menor do que o do mesmo período do ano passado e o volume também recuou em 23,2%.

“O setor comum todo sofreu com as exportações, caindo mais do que a gente, o que nos indica ganho de share”, argumenta. No entanto, o diretor admite que o desempenho da GGB, joint venture com a 3G Radar criada em 2021 para cuidar das operações externas, está abaixo do esperado, pressionado pelo ambiente macroeconômico.

“América Latina é um grande destino e vive crises econômicas, especialmente na Argentina, mas também na Bolívia e no Chile. Enquanto isso, a inflação segue penalizando consumo no Hemisfério Norte, com os clientes migrando do consumo mais premium para o mais descontado.”

Enchentes no RS

Embora de origem gaúcha, a Grendene tem toda sua produção em Sobral, no Ceará, não sendo afetada pela crise climática no Rio Grande do Sul. A companhia mantém, no entanto, um escritório na cidade de Farroupilha, na serra gaúcha, onde mantém equipe administrativa e desenvolvimento de produtos. Lá, os funcionários ficaram em trabalho remoto.

A empresa, conta Albuquerque, está organizando o esforço de apoio ao trabalho de resgate do governo estadual e das prefeituras. Já foram doados 50 mil litros de água mineral e milhares de pares de calçados.

“Nossa primeira ação foi garantir a segurança e bem-estar dos colaboradores. Estamos agora vendo com as autoridades locais como podemos ajudar, de fora estruturada, para ter impacto maior.”

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