Radar: mercado acompanha divulgação do Livro Bege dos Estados Unidos (fotog/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 29 de maio de 2024 às 08h38.
Os mercados internacionais operam em queda na manhã desta quarta-feira, 29. O menor apetite ao risco é derivado de um receio por parte dos investidores que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) passe a cortar juros somente em 2025. Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, com o índice de Hong Kong, Hang Seng Index, recuando 1,83%. Na Europa, o mercado também abriu com recuo à espera de dados da inflação da Alemanha.
Nos Estados Unidos, todos os índices futuros caem, apesar da Nasdaq ter atingido um novo recorde na véspera, fechando acima dos 17 mil pontos pela primeira vez - o que foi um movimento pontual, impulsionado pelo salto de quase 7% na Nvidia (NVDC34). Por aqui, véspera de feriado de Corpus Christi, quando o mercado doméstico ficará fechado, o Ibovespa futuro recua. Na sessão anterior, o índice fechou em seu menor patamar no ano, aos 123.780 pontos.
De olho nos indicadores econômicos, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou, às 8h, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de maio, referência de inflação para o aluguel. O acumulado de 12 meses segue em campo negativo em maio, em -0,34%. A expectativa era de que viesse em -0,40%. Já o índice mensal veio em +0,89%, levemente acima das expectativas de +0,83%. Em abril, o índice foi de +0,31%, o que mostra uma aceleração.
Às 9h, é a vez do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que mostram toda a força de trabalho do país, seja formal, seja informal, além do número de desalentados. A estimativa do mercado é que a taxa de desemprego de abril medida pela Pnad Contínua venha em +7,7%, frente aos 7,9% anterior.
Já às 10h30 o Ministério do Trabalho divulga os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril, que consideram somente os trabalhadores com carteira assinada - ou seja, não incluem os trabalhadores informais. A mediana do mercado estima uma criação líquida de 210 mil vagas com carteira assinada no mês passado, frente ao saldo positivo de 244.315 em março.
No exterior, às 15h, haverá a divulgação do Livro Bege nos Estados Unidos, que pode indicar mais pistas sobre quando começará o corte de juros por lá e alterar o humor dos mercados. Hoje também outros dois dirigentes do Fed, John Williams, de Nova York, e Raphael Bostic, de Atlanta, discursam às 15h. Ambos têm direito a voto no Federal Open Market Comittee (Fomc, comitê de política monetária dos EUA). Amanhã, o mercado aguarda a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) americano do primeiro trimestre.
O mercado europeu acompanha de perto a divulgação, nas próximas horas, da prévia da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio da Alemanha. Isso porque o Banco Central Europeu (BCE) está de olho na evolução dos preços para justificar planos de anunciar um corte inicial de juros. A expectativa do mercado é que na próxima reunião de política monetária, em 6 de junho, o BCE passe a cortar juros. Já na sexta-feira, 31, será publicado o CPI preliminar da zona do euro.