Japão: uma aguardada decisão sobre juros (Hannah Johnston/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 05h00.
O Ibovespa conseguiu uma trégua nesta quinta-feira, mas subiu pouco, longe de recuperar as máximas que alcançou semanas atrás. O cenário doméstico segue fazendo preço na bolsa, com o investidor atento ao cenário eleitoral que está se desenhando para 2026 e às sinalizações sobre um corte de juros no ano que vem.
No primeiro quesito, repercutiu entre os agentes a entrevista do senador Ciro Nogueira ao Valor, na qual falou que a candidatura de Tarcísio de Freitas, nome tido como favorito do mercado, não está sepultada. A palavra final, contudo, será de Jair Bolsonaro, afirmou o senador.
No front dos juros, foram falas do próprio presidente do Banco Central que animaram ao mercado. Bastou Gabriel Galípolo dizer que nenhuma porta foi fechada para investidores interpretarem que a Selic pode sim cair nos primeiros meses do ano que vem.
A agenda econômica desta sexta-feira no Brasil tem como destaque a votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, que foi adiada para hoje. A sessão ocorrerá no Plenário da Câmara dos Deputados.
Além do Orçamento para o próximo ano, a pauta inclui outros 20 projetos de lei que abrem créditos adicionais no Orçamento de 2025.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgará o índice de Confiança do Consumidor de dezembro. Em seguida, às 8h30, o Banco Central apresenta os dados do setor externo de novembro.
Nos Estados Unidos, após a divulgação atrasada do relatório de emprego (payroll) e do índice de preços ao consumidor (CPI), impactados pela paralisação do governo, os investidores acompanham, ao meio-dia, os dados de vendas de moradias usadas de novembro e o índice de confiança do consumidor de dedezembro.
Na Zona do Euro, também será divulgado o indicador de confiança do consumidor de dezembro.
Após a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter os juros pela quarta reunião consecutiva e o corte de 0,25 ponto percentual promovido pelo Banco da Inglaterra na véspera, a semana termina com foco na política monetária do Banco do Japão (BoJ).
Apesar do forte recuo do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, economistas do ING avaliam que o BoJ segue confiante na recuperação da economia japonesa, sustentada pela redução das incertezas ligadas às tarifas dos Estados Unidos.
O banco projeta crescimento de 7% das exportações japonesas em novembro, impulsionado por automóveis e semicondutores, além de inflação próxima de 3% ao ano, acima da meta de 2%, o que mantém o viés de aperto monetário.