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IG4 compra dívida da Braskem e deve assumir controle da petroquímica

FDIC administrado pela gestora vai adquirir dívida da Novonor, atual controladora, que deu ações da Braskem como garantia dos empréstimos

Braskem: Novonor passaria a ter apenas 4% de participação na empresa (Germano Luders/Exame)

Braskem: Novonor passaria a ter apenas 4% de participação na empresa (Germano Luders/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 11h18.

A Braskem (BRKM5) informou ao mercado que a gestora IG4, de Paulo Mattos, deu um passo decisivo para assumir o controle da companhia ao fechar um acordo para adquirir, de forma indireta, a participação hoje detida pela Novonor, ex-Odebrecht, que está em recuperação judicial.

A operação não envolve, neste momento, a compra direta das ações da Braskem. O caminho escolhido passa primeiro pela aquisição das dívidas da Novonor com bancos, que têm como garantia justamente as ações da petroquímica.

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Como a operação vai funcionar

O acordo foi firmado entre um fundo de investimentos em direitos creditórios (FIDC), assessorado pela IG4, e os bancos credores da Novonor. Esse fundo vai comprar a totalidade das dívidas que a Novonor tem com essas instituições financeiras — dívidas que estão garantidas por ações da Braskem hoje em nome da NSP Investimentos, holding da Novonor.

Na prática, ao assumir esses créditos, o fundo passa a ter o direito econômico sobre as ações dadas em garantia. A partir daí, o FIDC e a Novonor assinaram um acordo de exclusividade, válido por 60 dias, para negociar a estrutura final da operação que vai transformar esse direito sobre dívidas em participação acionária efetiva na Braskem.

O que muda no controle da companhia

Se a transação for concluída, um fundo assessorado pela IG4 deverá passar a deter, direta ou indiretamente, 50,11% das ações com direito a voto, o que garante o controle da companhia. O montante corresponde a 34,32% do capital total da Braskem, considerando ações ordinárias e preferenciais.

A Novonor, por sua vez, ficará com uma participação residual de 4% do capital social, apenas em ações preferenciais, sem poder de controle ou influência na governança além do que prevê a legislação.

Antes e depois da operação

Antes:

  • A Novonor é a principal acionista da Braskem, por meio da NSP Investimentos
  • As ações estão dadas em garantia a bancos credores, por conta de dívidas da holding

Depois da transação (se concluída):

  • Um fundo ligado à IG4 assume o controle da Braskem
  • A Novonor deixa de ser controladora e mantém apenas uma participação minoritária, sem influência na gestão

Próximos passos

A conclusão da operação ainda depende do cumprimento de condições previstas nos acordos, da definição da estrutura final do negócio e da análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Braskem afirmou que manterá o mercado informado sobre eventuais avanços relevantes.

Acompanhe tudo sobre:BraskemNovonor (ex-Odebrecht)

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