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Ibovespa volta a subir com recuperação em NY; Embraer dispara 16%

Principal índice da B3 fecha em alta em linha com melhora no exterior após susto com Ômicron

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 10h31.

Última atualização em 21 de dezembro de 2021 às 19h56.

O Ibovespa fechou esta terça-feira, 21, em recuperação após a forte queda no pregão da véspera: o principal índice da B3 subiu 0,46%, aos 105.499 pontos. Na véspera, o principal índice da B3 havia caído 2% com o avanço das preocupações com a variante Ômicron.

A disseminação da nova cepa continua no radar, mas a ausência de novas notícias negativas permitiu que o dia fosse de recuperação nas bolsas do exterior. Vale lembrar que a semana é de baixa liquidez nos mercados antes dos feriados de Natal e Ano Novo.

No fechamento:

  • Ibovespa: + 0,46%, aos 105.499 pontos;
  • Dólar comercial: - 0,04%, a 5,738 reais; 
  • Dow Jones (EUA): + 1,60%;
  • S&P 500 (EUA): + 1,78%;
  • Nasdaq (EUA): + 2,40%;
  • Stoxx 600 (Europa): +1,42%.

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A alta lá fora, no entanto, foi menos tímida que no Brasil. Por aqui, investidores também estiveram atentos à aprovação do projeto do Orçamento federal para 2022 pela comissão mista do Congresso. Entre as mudanças, parlamentares fizeram um acordo para direcionar 1,7 bilhão de reais do Orçamento para o reajuste salarial de policiais em 2022, atendendo ao pedido do presidente Jair Bolsonaro.

As incertezas sobre o quadro fiscal – com o governo manobrando gastos – pesaram sobre o dólar, que fechou a sessão próximo à estabilidade. Vale lembrar que o câmbio também é afetado por fatores sazonais que tradicionalmente elevam a busca pela moeda norte-americana – como o pagamento de juros e dividendos por parte de empresas com a chegada do fim do ano.

Destaques da bolsa

O maior destaque de alta ficou com os papéis da Embraer. A empresa aérea anunciou a fusão de sua subsidiária produtora de aeronaves elétricas Eve com a SPAC norte-americana Zanite para listagem na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês). A transação avalia (valor de equity) a Eve em 2,9 bilhões de dólares.

  • Embraer (EMBR3): + 16,02%.

A notícia é positiva para os acionistas da Embraer, uma vez que a brasileira continuará controlando a Eve com 82% de participação (direta e indireta) na empresa. Segundo os analistas do Bradesco BBI, a operação pode colocar o valor das ações da empresa em 18,70 reais, o que representa um potencial de valorização (upside) de 87% frente ao preço de fechamento da véspera.

Entre as maiores altas também estiveram os papéis das aéreas Azul e Gol, que avançam junto com a diminuição das preocupações com Ômicron.

  • Azul (AZUL4): + 7,87%;
  • Gol (GOLL4): + 5,11%.

Por aqui, o rali do minério de ferro também ajudou a dar o tom positivo da bolsa. A commodity subiu 2,59% no porto de Qingdao, na China, e os futuros do minério em Singapura já avançam 50% em apenas seis semanas. A alta se deve ao aumento da produção de siderúrgicas chinesas, que tiveram que cortar consideravelmente seus volumes no início do ano.

A consequência foi um dia de alta para as ações ligadas à commodity, como a Vale, que é o papel com maior representação na carteira teórica do Ibovespa. Dia positivo também para as siderúrgicas, que se recuperaram do pregão de fortes perdas na véspera. O destaque fica com a CSN, que subiu mais de 4% após cair quase 7% ontem.

  • CSN (CSNA3): + 4,77%;
  • Usiminas (USIM5): + 3,07%;
  • Vale (VALE3): + 2,63%;
  • Gerdau (GGBR4): + 1,65%.

Ainda no mercado de commodities, o petróleo se recuperou após afundar mais de 4% na véspera. Nesta terça, o futuro do petróleo Brent e do WTI avançaram 4,17% e 3,75%, respectivamente, impulsionando as ações das petroleiras. A PetroRio, que recuou quase 6% ontem, ficou hoje entre as maiores altas do pregão.

  • PetroRio (PRIO3): + 2,72%;
  • Petrobras (PETR3): + 0,46%;
  • Petrobras (PETR4): + 0,14%.

Na ponta negativa, os papéis da Alpargatas, dona da Havaianas, lideraram as perdas do dia. Na noite de ontem, a empresa anunciou que vai pagar 475 milhões de dólares por uma fatia na companhia, avaliando a Rothy's em 800 milhões de dólares (antes do investimento), de acordo com um fato relevante ao mercado divulgado na véspera. A operação foi considerada cara por investidores, que penalizam a ação.

  • Alpargatas (ALPA4): - 4,37%.

"Existem alguns pontos de interrogação [na operação], como: qual o tamanho que a marca pode se tornar? A marca terá sucesso fora dos EUA? Como são os níveis de lucratividade atuais e futuros? A marca se tornará “icônica” (um dos principais testes que a administração da Alpargatas definiu para o M&A)? Também argumentaríamos que faria sentido financiar uma parte maior da aquisição com dívida em vez de capital, pois tornaria a estrutura de capital da empresa mais eficiente", avaliam os analistas do Bradesco BBI em relatório. 

(Com a Reuters)

Confira abaixo os destaques do dia no programa Fechamento de Mercado, com Carlo Cauti:

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