Prédio da B3, em São Paulo: ingresso de novos investidores na bolsa alavanca resultado de empresas como a XP (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 10h40.
Última atualização em 8 de dezembro de 2025 às 13h06.
O Ibovespa diminuiu o ritmo de alta, mas se mantém no azul nas negociações nesta segunda-feira, 8, após o tombo surpreendente na última sessão, quando caiu 4,31%, o pior resultado do ano e desde 2021. Às 13h, o principal índice acionário da B3 subia 0,29%, aos 157.829 pontos.
O dólar à vista abriu em queda, mas passou a subir, e por volta das 13h estava cotado a R$ 5,449, alta de 0,29%, depois de ter subido mais de 2% na última sessão.
Os investidores seguem de olho no motivo do revés na bolsa: a corrida eleitoral para 2026. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou que vai disputar o pleito no ano que vem, com o apoio do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
A notícia trouxe incertezas sobre as chances de alternância de poder no ano que vem, já que, segundo analistas, o mercado preferia que a direita fosse representada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Neste domingo, 7, porém, o senador e primogênito de Bolsonaro afirmou que desistiria do pleito em troca da anistia do pai, o que reforçou entre os investidores a percepção de que o anúncio na sexta, 5, pode ter sido apenas de uma estratégia para recolocar o bolsonarismo no jogo.
Após o tombo dos ativos, o mercado está hoje corrigindo o movimento de sexta, mas o efeito Flávio Bolsonaro ainda pesa.
Segundo Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora, Flávio Bolsonaro não lançou sua pré-candidatura para realmente disputar a Presidência, mas como estratégia política. O senador estaria, em primeiro lugar, buscando uma anistia para o pai e, em segundo, tenta se viabilizar para uma vaga de vice em uma chapa competitiva, possivelmente com Tarcísio.
"Eles [da família Bolsonaro] têm muito medo de que se deixarem o Tarcísio ou algum outro candidato da direita seguir por conta própria, esses candidatos consigam capturar os votos do Bolsonaro e, assim, a família cai no ostracismo. Lançar essa campanha agora, o Flávio sabe que não é um candidato competitivo", afirma Mollo.
"A leitura do mercado é que a direita está fragmentada, isso beneficia a esquerda. Mas acredito que uma chapa com o Tarcísio e o Flávio Bolsonaro seria uma chapa bem competitiva, mas é muito cedo para dizer, afinal, a direita ainda não chegou num consenso sobre o candidato. Diante dessa incerteza, o mercado vai ter bastante volatilidade", acrescenta.