Ibovespa fecha na mínima do ano em dia de liquidez reduzida devido ao feriado de Corpus Christi
Nem sinais melhores da inflação americana, com a divulgação do Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) abaixo do esperado, ajudaram a sustentar o índice no azul
Repórter de finanças
Publicado em 31 de maio de 2024 às 10h44.
Última atualização em 31 de maio de 2024 às 17h32.
O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira, 31, na mínima do ano com queda de 0,50% aos 122.098 pontos, menor nível desde 14 de novembro de 2023. O dia foi de liquidez reduzida devido à emenda do feriado de Corpus Christi e nem mesmo os dados mais otimistas do Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) conseguiram sustentar a bolsa no azul.
Ibovespa hoje
- IBOV: - 0,50% aos 122.098 pontos
Segundo o Departamento de Comércio dos EUA,o núcleo do PCE avançou 0,2% em abril ante março e 2,8% nos últimos 12 meses.O número mensal é levemente abaixo das estimativas dos analistas do London Stock Exchange Group (LSEG), que projetavam um avanço de 0,3%, enquanto a projeção anual era justamente de 2,8%.
O indicador é referência para a inflação dos Estados Unidos e pode indicar pistas sobre qual caminho o Federal Reserve (Fed, banco central americano), sendo o núcleo do PCE ainda mais importante do que o indicador cheio, já que exclui variações de preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis.
"A direção hoje do Ibovespa também foi contrária ao registrado nas bolsas de Nova York, onde o PCE mostrou uma inflação dentro das expectativas, o que trouxe novamente para as mesas a possibilidade de que o Fed possa iniciar em setembro o ciclo de corte de juros", pontuou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Já o índice cheio, que inclui as categorias de alimentos e energias, ficou em 0,3% na comparação mensal e em 2,7% na anual, as mesmas variações projetadas pelo consenso LSEG. Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos, explica que os números do PCE consolidaram a expectativa de uma desinflação que já vinha baseada em outros indicadores publicados ao longo do mês de maio.
“Até o fim do ano passado, a inflação caminhava bem e o Fed contava os dias para começar a redução de juros. No início deste ano, a desinflação simplesmente parou e os preços se estabilizaram em um patamar bem mais alto do desejado. O mercado questionou, então, se a trajetória seguinte seria de alta (reflação) ou se a trajetória de queda da inflação sofreu apenas um pit-stop para retomar o caminho original. Maio mostrou que a tese do pit-stop é a mais provável”, pontuou Saadia.
Maiores altas
- PetroRecôncavo (RECV3): +4,17%
- Petrobras (PETR3): +3.12%
- Petrobras (PETR4): +2,75%
Destaque para PetroRecôncavo (RECV3) que figurou como a maior alta do dia após anúncio do novo pagamento de Juros Sobre o Capital Próprio (JCP) no valor bruto de R$ 410 milhões, o correspondente a R$ 1,398827 por ação ordinária. A informação foi divulgada na noite de quarta-feira, 29, por meio de fato relevante. Segundo o documento, o Conselho de Administração aprovou aremuneração aos investidores que detiveram ações da companhia em suas carteiras até o dia 5 de junho de 2024.
Maiores baixas
- Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): -7,72%
- Isa CTEEP (TRPL4): -5,17%
- Hapvida (HAPV3): -3,86%
Na lanter do índice, Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) liderou as quedas. Segundo Nishimura, as ações do Pão de Açúcar reagiram à retomada da cobertura da varejista pelo Itaú BBA com recomendação neutra, com a justificativa de que o valuation atual da companhia não traz respaldo para que haja uma postura mais construtiva.
Dólar hoje
O dólar encerrou a sessão anterior com avanço de 0,03% aos R$ 5,203.Hoje, a moeda encerrou a sessão com alta de 0,81% cotada a R$ 5,25.