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Ibovespa vira para alta após declaração de Arthur Lira

Investidores seguem repercutindo divulgação do corte de gastos do governo, que inclui isenção de IR

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de novembro de 2024 às 10h55.

Última atualização em 29 de novembro de 2024 às 12h07.

O Ibovespa abriu em forte queda nesta sexta-feira, 29, ainda repercutindo o pacote fiscal anunciado pelo governo. Entretanto, após Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmar que Câmara dos Deputados fará todo o esforço necessário para contribuir com medidas de corte de gastos. 

A interpretação do mercado foi positiva e a expactativa  é que o pacote de fiscal deve tramitar no Congresso ainda este ano. "Toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar", disse em publicação no X, o antigo Twitter. 

Ibovespa hoje

  • IBOV (diário): 0,22%, aos 124.934 pontos
  • IBOV (semanal): - 3,67%

Anunciada pelo governo na quarta-feira, 27, a proposta foi detalhada ontem, 28, pelos ministros Fernando Haddad, da Fazenda, Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, e Rui Costa, da Casa Civil.

Não foi o suficiente para acalmar os mercados. Na véspera, o Ibovespa acumulou baixa de 2,40%, em seu pior desempenho desde janeiro de 2023. 

Desconfiança com o pacote fiscal

O novo pacote fiscal do governo promete reduzir os gastos públicos em R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. No entanto, a proposta incluiu uma surpresa para o mercado: a isenção de Imposto de Renda (IR) pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil.

A reação foi negativa, penalizando o câmbio e as ações brasileiras. "O anúncio do pacote fiscal não conseguiu recuperar a credibilidade sobre a política econômica", escreveu o time do JPMorgan em relatório publicado na véspera.

Na visão do banco, o BC deverá optar pela elevação de 1 ponto percentual a taxa básica de juros (hoje em 11,25%), já na na próxima reunião. A estimativa do time é de que a Selic ao fim de 2025 não fique mais em 13%, mas, sim, a 14,25%.

O Goldman Sachs, por sua vez, avaliou que o pacote fiscal não é ambicioso nem alinhado com o que o cenário macroeconômico atual exige.

"O pacote é considerado decepcionante, muito difuso, com rendimento incerto”, escreveram os analistas. “A isenção de IR reforça a percepção de que a administração continua a adotar uma estratégia de impostos e gastos, em vez de focar diretamente no aperto da postura fiscal."

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