Invest

Ibovespa fecha em queda, aos 127 mil pontos, com PMI forte nos EUA

As atenções dos investidores ficaram com indicadores do exterior e com a nova rodada de estímulos da China

Fachada da B3, a bolsa de valores brasileira (Gustavo Scatena/Divulgação)

Fachada da B3, a bolsa de valores brasileira (Gustavo Scatena/Divulgação)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 10h40.

Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 18h34.

O Ibovespa desta quarta-feira, 24, fechou em queda. O principal índice da bolsa de valores brasileira caiu 0,35%, aos 127.816 pontos. Em mais uma sessão marcada pela agenda vazia no Brasil, as atenções dos investidores ficam por conta de indicadores do exterior. Além disso, a China anunciou uma nova rodada de estímulos na economia. 

O principal destaque do dia ficou com a prévia do PMI dos Estados Unidos. O setor de serviços subiu de 51,4 em dezembro a 52,9 em janeiro — no maior valor em 7 meses.  A expectativa era de avanço a 51,5. Já o PMI industrial aumentou de 47,9 para 50,3 no período, maior nível em 15 meses — e acima da projeção do mercado, que era de 47,8. Tudo somado, o PMI composto acelerou de 50,9 para 52,3. Neste caso, o consenso dos analistas era de 51.

Vale lembrar que a leitura acima de 50 sinaliza que a atividade econômica do país se mantém aquecida. Esse fato, no entanto, pode sinalizar que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) ainda manterá o aperto monetário a fim de manter a inflação dos EUA dentro da meta.

Na avaliação de Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, os resultados do PMI dos EUA pesaram para a bolsa brasileira desacelerar e passar a operar em queda. “Dentro do Brasil, não tivemos novidades, e no mercado externo ficamos muito dependentes do PMI americano, que veio acima do esperado, inclusive, que continuou animando os mercados lá e, consequentemente, aqui também houve um descolamento frente ao cenário externo.”

Ibovespa hoje

IBOV: -0,35%, aos 127.816 pontos.

O que também ficou no radar dos investidores foi o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços. Segundo a S&P Global, em janeiro, o indicador subiu para 47,9 em janeiro ante 47,6 em dezembro. O resultado, porém, ficou ligeiramente abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam aumento do PMI composto a 48. 

Após uma véspera marcada por rumores de que a segunda maior potência do mundo avalia pacote de US$ 280 bilhões para estabilizar bolsas, durante esta madrugada a China anunciou a redução no depósito compulsório em 0,50 ponto percentual. Na prática, a medida aumenta o volume de dinheiro na economia, já que libera a quantidade disponível para os bancos emprestarem.

Por aqui, os juros futuros fecharam em queda, acompanhando o dólar mais fraco. Os comentários do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, de que o "governo não vai fazer aporte no BNDES e nem vai colocar recurso a mais para plano da indústria" foram bem recebidos pelos investidores. 

As atenções locais continuam também sobre as negociações de projetos apresentados pelo governo e que ainda tramitam no Congresso Nacional. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve uma reunião na terça-feira com líderes da Câmara dos Deputados para discutir a medida provisória (MP) da reoneração da folha de pagamentos. Os principais pontos de pressão no Parlamento são a reoneração da folha, a contribuição previdenciária dos municípios e a extinção gradual do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

Bernard Faust, sócio da One Investimentos, lembra que a questão fiscal tem sido acompanhada de perto pelos investidores. “Esse é um tema que vai trazer bastante volatilidade nos próximos dias e semanas — possivelmente até nos próximos meses. Então há um impacto interno no mercado brasileiro, pois sabemos que tem muita coisa tramitando em Brasília.”

Maiores altas do Ibovespa

  • Usiminas (USIM5): +3,82%
  • Marfrig (MFRG3): +3,00%
  • Alpargatas (ALPA4): +2,52%

Maiores quedas do Ibovespa 

  • Natura (NTCO3): -5,38%
  • Casas Bahia (BHIA3): -4,50%
  • Yduqs (YDUQ3): -3,73%

Dólar hoje

O lar opera em queda nesta quarta-feira. Hoje, a moeda americana cai 0,86%, a R$ 4,913. Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 0,66%, cotado a R$ 4,955. 

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice. 

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

Confira as últimas notícias de Invest:

Com informações do Estadão Conteúdo

Acompanhe tudo sobre:Ibovespabolsas-de-valoresAções

Mais de Invest

Japão evita dar pistas sobre aumento dos juros e vai acompanhar os riscos à economia

Calendário do INSS 2025: confira as datas de pagamento no próximo ano

Bolsa Família 2025: veja calendário de pagamento na próximo ano

Troca de presentes após o Natal: consumidor não tem direito automático, diz Procon-SP